segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Os túneis encarnados

Parece cada vez mais uma certeza que Hulk e Sapunaru irão ser pesadamente castigados no seguimento dos acontecimentos verificados no interior do túnel do Estádio da Luz, bem longe dos olhos do público. Não havendo desmentidos, parece claro que os jogadores do Porto deverão mesmo ter agredido os stewards aí presentes. Como tal, devem ser castigados de acordo com o que contemplam as regras. Portanto, já daqui a alguns dias saberemos o que sucederá com ambos os jogadores.

No entanto, não deverá passar em claro o que recorrentemente sucede com a equipa do Benfica nos "túneis" deste país. São já várias as acusações, e sei até mesmo por experiência própria que nenhuma outra equipa nacional, em especial os seus responsáveis, tem comportamentos tão lamentáveis quanto os responsáveis do Benfica nos túneis, corredores e balneários dos estádios portugueses.

Vem isto a propósito da presença de stewards no túnel, que para muitos poderá ser um facto normal, mas que é algo inimaginável porquanto está proibido pelo regulamento e não faz sentido, na medida em que a função dos stewards é controlar o público no recinto de jogo. Aliás, a presença de pessoas no túnel é altamente restrita, estando apenas autorizada aos elementos constantes no boletim de jogo, ou seja, além dos jogadores de cada equipa e equipa de arbitragem, apenas às equipas técnicas, equipas médicas, delegados ao jogo, director de segurança, director de campo e director de imprensa. Como é óbvio, a PSP, força de autoridade, pode e deve estar presente. Stewards não constam...

Daí estranhar que num final de jogo que até foi tranquilo, de repente 2 jogadores portistas, "do nada", decidissem atacar dois stewards que ali não deveriam estar. Ou estariam ali já com um propósito definido? É que se recordarmos as palavras de Rúben Micael, os acontecimentos em Braga, as "presenças" de Rui Costa no túnel sem estar habilitado para tal, começam a ser coincidências a mais.

Que a justiça caia, pois, sobre Hulk e Sapunaru. Mas não deixe ficar a rir quem provocou a situação. A FPF teve mão firme e o Benfica não conquistou o título de juniores da forma súcia com que o pretendia conquistar. Vejamos agora como reage a Liga de clubes, sabendo nós que ainda o ano passado, um adepto claramente identificado com o Benfica entrou em campo, agrediu um árbitro auxiliar e tudo se resolveu com uma multa. Aguardemos, pois, o que sairá daqui.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

JEB e as derrotas do Sporting

Não embarquei na euforia geral de que o culpado do mau início de temporada do Sporting era Paulo Bento, pela simples razão que ele já tinha demonstrado a sua capacidade para, com muito menos recursos que a concorrência, fazer-lhe frente. Por isso mesmo, também não é agora que acho que Carvalhal é incompetente ou tem culpa, ou que o plantel não presta. Tem limitações para lutar pelo título, mas tem condições para muito mais e melhor!

O problema do Sporting nesta temporada começou com a injusta (e roubada!) eliminação da Liga dos Campeões frente à Fiorentina. Esvaziou-se o balão e perderam-se muitos milhões que teriam dado para "compôr" o plantel com mais 2 ou 3 jogadores. Entrou-se já derrotado, portanto, na temporada.

Depois, seguiu-se o que eu nunca imaginei: tinha JEB como um homem que fundamentava a sua actuação na razão, mas sinceramente poucos Presidentes tão emocionais me lembro de ver actuar. As rábulas dos "forevers", os pulos desengonçados a tentar cantar com a claque, as promessas de mundos e fundos, não as esperava de um homem com o seu background.

Não sendo Sportinguista, sinto-me enganado pelo Presidente do Sporting, pois acreditei que seria uma lufada de ar fresco no panorama de dirigentes nacionais. Não o é, claramente. Imagino como se sentem os sportinguistas! É emotivo e vive na fuga para a frente. Defendeu Bento até ao limite do possível, sem lhe dar "armas". Quando teve de abdicar de Bento, ao invés de dar a época como perdida, foi buscar Carvalhal e continuou a alimentar sonhos irreais. Agora, após o fim do estado de graça de Carvalhal, já vem anunciar reforços.

A continuar assim, não tirando pressão da equipa, a época pode ser penosa e perigosa para os homens de Alvalade. E a solução teria sido tão simples: saía Paulo Bento, assumia-se o fracasso da temporada (Porto e Benfica muito fortes e Braga forte) e começava a preparar-se o futuro. Aliviava-se a pressão, o Sporting facilmente chegava aos 4 primeiros (apesar de plantel mais fraco que Porto e Benfica, está ao nível do Braga e claramente acima de todos os outros) e havia tempo e cabeça para preparar o futuro.

Haveria então tempo para ver se André Marques, Saleiro, Adrien ou Pereirinha têm futuro em Alvalade. Em Janeiro até se podia pensar num negócio a 6 meses que levasse, por exemplo, Sílvio (Rio Ave) e Mano (Belenenses) para Alvalade por empréstimo com opção de compra, dois laterais jovens, promissores e internacionais. Ou outros. Mas preparava-se o futuro!

Assim, as nuvens são muito negras sobre o Sporting. Vejamos o que Janeiro tem para nos oferecer...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Um dream-team que é um pesadelo

É sempre esta a sensação que tenho, de há uns anos a esta parte, quando vejo jogar o Atlético Madrid. Um ataque de nível mundial com uma defesa do piorzinho que se vê, sem ninguém que pense o jogo.

Devo dizer que é confrangedor ver uma equipa com Maxi Rodriguez, Simão, Forlán e Aguero ser incapaz de criar lances de ataque que resultem de algo mais do que inspiração individual. Ter Paulo Assunção e Cléber Santana a pensar o jogo de uma equipa de topo deveria ser crime. Xavi e Iniesta são, um bocadinho, diferentes.

O que sucede neste conjunto de jogadores é que Simão e Maxi acabam sempre por vir ao meio tentar "criar" qualquer coisa, enquanto Forlán e Aguero partem sempre muito de trás, raramente tendo a possibilidade de ganhar as costas da defesa.

É estranho, talvez único, encontrar no Séc. XXI uma equipa que joga claramente em 4-2-4, ainda que se possa afirmar que na realidade há ali um 4-4-2. O problema é que o pendor das alas é eminentemente ofensivo, portanto não há defesa para essa tese. Usa-se ali algo que já não se usa há muito tempo e não parece haver nada de inovador no sistema.

Mas o problema está muito para além do sistema, está na constituição do plantel, com milhões gastos na frente e tostões cá atrás. Talvez a provável saída de Aguero permita mais capacidade para reforçar defesa e meio campo e permita também tirar um homem da frente e reforçar a construção de jogo. Ou seja, a saída de um super-craque pode facilmente reforçar, e muito, o Atlético Madrid. Estranho, no mínimo...

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Quem é que errou aqui?

O Sporting venceu esta noite o Vitória de Setúbal por 0-2, e o jogo fica marcado por uma situação caricata nos últimos minutos que resultou no segundo golo da equipa de Alvalade. Liedson é lançado em profundidade e o árbitro auxiliar levanta a bandeirola assinalando fora de jogo. No entanto, e como Liedson não se fez ao lance, o árbitro entendeu, e bem, dar a lei da vantagem, deixando seguir.

Nuno Santos, guarda-redes do Vitória, que procurava empatar antes do final da partida, rapidamente foi recolher a bola e colocou-a rasteira na frente, supostamente para ser marcado o livre a punir o fora-de-jogo... que não fora assinalado. Liedson apanhou a bola e selou o resultado. Para baralhar ainda mais estas contas, queixa-se o Vitória (e nas imagens que vi não é perceptível) que Nuno Santos recolheu a bola já para além do terreno de jogo, havendo portanto lugar a marcar um pontapé de baliza.

Nesta situação parece-me haver dois culpados:
- o árbitro auxiliar, que tem indicações para esperar, e portanto não deveria ter chegado a levantar a bandeirola. Mas, uma vez feito o gesto, o árbitro principal tem toda a competência para não assinalar a indicação do auxiliar. Nem se pode considerar erro do auxiliar, apenas falta de precaução
- o guarda-redes Nuno Santos é quem efectivamente fica menos bem na fotografia. Acontece a todos, mas é um lapso lamentável. Tem, no entanto, o álibi de afirmar que a bola já tinha saído. Se assim foi, está ilibado de qualquer culpa. Se não, foi de uma imprudência extrema não tendo ouvido o árbitro apitar e mesmo assim colocar a bola nos pés do adversário.

Acabo apenas com uma pequena reflexão: que significativo seria Liedson, apercebendo-se do lapso do colega de trabalho, ter-lhe devolvido a bola com fair-play? Seria a esta hora motivo dos maiores encómios para o luso-brasileiro (ou brasileiro-luso). Mas assim não fez, e na minha opinião muito bem. Liedson é pago para defender a camisola do Sporting. Não para defender a sua imagem.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O frango de Eduardo

Tem vindo a ser muito discutido nos últimos dias o auto-golo que Eduardo sofreu, da autoria de Moisés, aproveitando-se um momento menos feliz para colocar em causa a sua tão discutida titularidade na selecção e empolando-se uma situação caricata, mas que só acontece a quem joga.

Devo desde já afirmar que Eduardo não deveria, para mim, ser o titular da nossa Selecção, mas como acho que o seleccionador certamente tem uma opinião mais abalizada que a minha, confio que a escolha seja correcta. Ora não é o facto de não o admirar particularmente que me faz inventar frangos do homem.

Inventar frangos porque aquele golo, só numa invenção, é um frango. A culpa ali vai a 100% para o Moisés. Quanto ao Eduardo, limitou-se a ter o azar de ter um colega que juntou uma série de opções erradas a um certo azar na abordagem do lance. Eduardo estava onde tinha de estar, fora da baliza descaído para o flanco, de forma a facilitar o atraso de Moisés. O problema foi que Moisés insistiu em atrasar a bola, num campo encharcado, com muita força, e na direcção da baliza! Esse é que é o grande erro. Depois, Eduardo bem se esticou e teve alguma infelicidade, pois um leve desvio na bola chegaria para evitar o auto-golo.

É incrível como tudo se aproveita para destruír jogadores ou criar ídolos neste país. O que aconteceu no Sábado foi um lance normal de futebol e foi um empolado a um nível inacreditável. Depois admiram-se que os "Eduardos" mandem as boas que foram mandadas no fim do play-off com a Bósnia...

sábado, 5 de dezembro de 2009

Ladies and Gentleman, start your engines

Está na hora de ligar os motores, falta pouco mais de meio ano para o Mundial e, desde ontem, já sabemos quem nos calhou em sorte no nosso Grupo: Brasil, Costa do Marfim e Coreia do Norte.

Claro que, como sempre, houve já vozes que se levantaram a clamar pela dificuldade do grupo, certamente olvidados da vergonha de 2002, com EUA, Coreia do Sul e Polónia, quando se chegou inclusivé a titular na imprensa que Portugal ia apanhar a Argentina nas meias-finais. Como se até lá fosse "trigo limpo"! Foi o que foi, a meio da primeira parte do primeiro jogo já levávamos três secos dos Americanos (aqueles que não sabiam o que era o "soccer", seguiu-se concludente vitória sobre a Polónia (o que diziam ser a potência do grupo!) e no último jogo, uma combinação de estupidez natural (o empate chegáva-nos, aos Coreanos qualquer resultado servia, portanto eles não iam em joguinho a meio-campo) e loucura momentânea (quando JVP decidiu cortar um "chinoca" pela raíz e foi expulso, dando um carinhoso murro no árbitro) atiraram-nos borda fora. Curiosamente, a Argentina também se ficou pelos grupos... contas furadas.

O nosso grupo é fácil? Não, claro que não. Isto é o Mundial meus caros, não é a Taça Amizade. Podia ser mais fácil? Podia. Podia ser mais difícil? Podia. Portanto, é a estes que temos de vencer se queremos seguir em frente. A acrescer ao grau razoável de dificuldade do grupo, podemos juntar um sorteio de jogos muito favorável para nós, abrindo com o "adversário directo" Costa do Marfim. Uma vitória neste jogo coloca-nos com pé e meio na fase seguinte. Segue-se a desconhecida Coreia do Norte (espero que só para nós adeptos, acredito que se vá fazer um trabalho sério na FPF de forma a que os nossos jogadores não entrem às cegas em campo neste jogo), jogo que além da incerteza traz uma certa nostalgia. E fechamos a fase de grupos jogando com o poderoso Brasil. Ao chegar a este jogo, é bem provável (e importante!) que estejam já as duas selecções qualificadas. Mas o Brasil não é nenhum bicho papão, e o jogo de promoção da Nike feito o ano passado não conta para estas contas.

O Brasil assusta? Claro, só não assusta um inconsciente. Mas é uma selecção com algumas fragilidades (como todas) e que, se bem estudada, pode ser batida. Assusta-me mais uma Itália, uma França ou uma Alemanha, que um Brasil.

A Costa do Marfim, apresentada por estes dias como um bicho papão, tem de facto alguns nomes sonantes. Craque, é só Drogba. Claro, há Touré, Eboué, Zokora ou Kalou. Mas quantos desses nível temos nós? Muitos mais, não?

Agora é preciso é preparar bem o Mundial, escolher bem o local de estágio e ir para a África do Sul sem vedetismos, confiantes nas nossas capacidades e com vontade de fazer história. Em 2002 fomos como favoritos e saímos envergonhados. Porque não irmos desta feita como "underdogs" e voltar com o "caneco"?

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Boa sorte Mister

A notícia dos gravíssimos problemas de saúde de Manuel Machado deixou-me chocado. Chocado por mais uma prova da ténue linha que separa um homem saudável de um homem às portas da morte, mas também porque, admito-o, Machado é um personagem com o qual nunca senti o mínimo de afinidade.

E isso acho que acaba por aumentar a minha atenção sobre o caso, pois parece que me custa ter, reiteradamente, desvalorizado o seu trabalho. Ou troçado da sua eloquência que me deixou louco na única vez que com ele falei, entre o balneário da sua equipa e a sala de imprensa, mantendo sempre aquela linguagem rica, característica, para minha surpresa. Não queria crer que longe das câmeras se mantivésse aquela postura, mas pelo menos elogie-se a coerência.

Nada mais somos que um mero corpo repleto de órgãos, veias ou ossos. Machado merecia o prémio dos seus jogadores conseguirem amanhã um resultado histórico, afastando o incrível azar que tem perseguido a brilhante carreira europeia dos madeirenses. Da minha parte, ficam os votos de, se não rápidas, pelo menos completas melhoras. E a certeza de que, de ora em diante, pensarei duas vezes antes de o criticar e, provavelmente, darei maior valor aos bons resultados por si alcançados.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Mário Jardel

Ontem ia para casa e houve uma lágrimazita que teimava em querer caír enquanto ouvia rádio. Enquanto ouvia o inacreditável Mário Jardel ser entrevistado. Uma criança, com a voz entaramelada, sem noção do ridículo e sempre, sempre, com a confiança que só os predestinados têm.

Jardel foi o jogador mais extraordinário que vi jogar. Enquanto jogava, várias vezes pensei que um dia que tivesse um filho, lhe haveria de falar daquele jogador fantástico, incapaz de correr com a bola, mas capaz de marcar golos de toda a forma e feitio. Maior que os maiores. Não há Zidane ou Ronaldo que o batam. As fintas treinam-se. O talento molda-se. Os dons ou se teem, ou não.

É custoso hoje, alguns anos volvidos, volta e meia aparecer este zombie que vagamente nos recorda o grandioso ponta de lança, e que diz que é Mário Jardel. Não! Mário Jardel foi um jogador brilhante durante uma dezena de anos. E desde então é uma memória fantástica que cada um daqueles que o viram jogar transporta consigo. Jardel sozinho marcou dezenas de golos a alguns adversários, e no entanto dificilmente se encontra alguém que não o respeite enquanto goleador. Porque ele era o ponto de chegada do futebol. Ele era o golo!

Força Mário. Obrigado por tudo!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O fim do Benfica???

Ouço por aí que o jogo de Domingo mostrou que o Benfica não é invencível, que agora que caíram do pedestal já não se recompõem, que afinal contra equipas fracas é que é, que os árbitros ajudam, etc e tal... claro que o Benfica não é invencível, isso não existe. Mas que é precisa uma grande dose de saber e sorte para os vencer, que ninguém tenha dúvidas!

Sejamos realistas e deixemos a clubite de lado. O Benfica está a jogar como nenhuma equipa jogava em Portugal desde o Porto de 2003 e 2004. Ou seja, está a jogar muito! Isso é inegável. Muita qualidade individual e muita qualidade colectiva, apesar de defensivamente as coisas ainda não estarem muito apuradas.

O que aconteceu na recepção ao Vitória, para a Taça, foi um azar. Só uma mente deturpada pode dizer que o Benfica jogou mal ou não merecia vencer. O resultado normal daquele jogo era um 3-0 a favor das águias. Com sorte, saía goleada. Com azar, perdiam 0-1. Tiveram azar. E hão-de perder mais jogos assim até ao fim da temporada, a questão é que a jogar assim é muito mais fácil chegar à vitória. É esse o segredo que Jesus transporta: não faz equipas para um jogo, faz equipas para uma época.

Nos últimos 15 anos, os Benfiquistas têm-se habituado a perder mais do que gostariam e, muitas vezes, a merecer perder. Este ano, pelo menos, têm a consolação de perder com azar. E isso é meio caminho andado para curar a última derrota, e não perder no jogo seguinte. Porque a qualidade de jogo está lá, basta apenas continuar a trabalhar.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Sejamos realistas!

O sector dos patrocínios está sujeito a variadíssimas limitações, da mais diferente índole, e por isso se analisarmos com algum rigor detectamos padrões de investimento de sectores específicos ao longo dos tempos. Nos dias de hoje, podemos dividir em 3 grandes grupos os sectores de actividade com capacidade para investir no futebol: cervejeiras (ex: Super Bock), Telecomunicações (ex: TMN) e apostas on-line (ex: bet online at BetUS.com).

Historicamente, a Sagres e a SuperBock, em particular desde os anos 80, disputam a liderança do gigantesco mercado cervejeiro português, numa guerra que parece estar para durar, e após algum abrandamento no sponsoring de ambas no final da década de 90, a aposta recente veio em força, a que acresce ainda o patrocínio da Carlsberg à Taça da Liga. A guerra está de tal maneira que já se rasgam contratos com um dos pretensos líderes para “assinar” pelo outro. A aposta é forte e os clubes devem aproveitar para ser a parte que mais ganha nesta luta fraticida.

No que diz respeito ao sector das telecomunicações, a sua época áurea deu-se há alguns anos atrás, quando o mercado português de comunicações móveis ainda estava em crescimento, mantendo-se contudo um elevado investimento fruto da constante inovação tecnológica no sector que provoca um consumo repetitivo do mesmo. Aliás, as telecomunicações são neste momento o sector economicamente mais forte, em todos os sentidos, pelo que deverão ser uma aposta estratégica da parte dos gabinetes comerciais dos clubes.

Chegamos por fim às apostas on-line… o grande “apostador” em sponsoring ao nível do futebol a nível europeu e que se encontra arredado, por questões legais, do mercado português, depois de curiosamente aqui ter sido dado o primeiro grande passo (a criação da Liga BetandWin e posteriormente Bwin) a nível mundial. Esse facto levou-me a acreditar que Portugal poderia aproveitar este mercado, mas os desenvolvimentos recentes, com a guerra que opõe a SCML às casas de apostas, não auguram nada de bom, havendo o risco dos clubes portugueses deixarem passar esta oportunidade de negócio e, quando se legislar, ser já tarde para o aproveitar.

Num tempo de crise, em que o mercado de apostas on-line tem um crescimento exponencial e o seu apetite por “antena” e por investir em imagem é enorme, o mercado desportivo português vive arredado dessa realidade que atravessa a Europa de lés a lés. Por isso é estranho ver 5 ou 6 clubes da Liga Sagres (cá está a cerveja!) sem patrocinador nas camisolas, quando poderiam ter lá algo e dessa forma ser mais competitivos, usufruíndo de recursos que permitiram beneficiar a sua performance e dessa forma dar retorno aos patrocinadores.

Devo dizer que compreendo a posição da SCML, afinal defende apenas os seus direitos, legalmente consagrados. O que me parece é que deve haver uma clara discussão deste assunto, legislar-se sobre o mesmo (não vale a pena enterrar a cabeça na areia e dizer que é proibido apostar on-line em Portugal quando milhões e milhões de euros são apostados por portugueses dessa forma) e discutir qual a legitimidade da SCML para ter o monopólio do jogo, apesar da sua inegável função social. Pode-se então colocar a questão: estarão os players do mercado interessados em entrar, se forem obrigados a ter algum peso social no seu retorno? E deixo então a questão final à SCML: porque não “entrar no jogo”, com toda a imagem e know-how existentes, e aceitar que possa haver outros players no mercado. E ir a jogo, claro. Por exemplo, patrocinando o futebol. Aproveitando uma imagem secular e de seriedade por contra-ponto com toda esta nova panóplia de empresas de que, mesmo quem joga, tem muitas dúvidas sobre a legitimidade...

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Vitória com classe

Estamos na África do Sul! Como sempre esperei e poucas dúvidas tive, com maior ou menor dificuldade, lá chegaríamos. E a verdade é que encerrámos a viagem até à África do Sul de forma brilhante, com uma vitória que pareceu fácil pela tremenda qualidade do nosso jogo, concentração e cumprimento do plano definido que, como aqui avançara ontem, passaria por dar a iniciativa de jogo ao adversário e explorar os espaços por eles concedidos ou as bolas paradas.

Em desvantagem na eliminatória e com Portugal a dar-lhes a bola, os Bósnios mostraram que são uma selecção bem inferior à nossa, chegando a ser confrangedora a sua total incapacidade para jogar futebol, apostando exclusivamente no pontapé para a frente. Portugal, fiel ao programado, saía rápido para o contra ataque com 3/4 jogadores, sempre com a preocupação de não desequilibrar a equipa, e desde cedo se percebeu que era Portugal quem mandava no jogo e tinha maiores probabilidades de chegar ao golo.

Foi pena Meireles não carimbar o passaporte mais cedo, ainda na primeira parte, num golo que a entrar seria de antologia pela envolvência da jogada. Mas não foi aí, foi já no início da segunda parte, e a partir daí Portugal estava já na África do Sul, com os Bósnios a deixarem caír os braços e Portugal a mostrar a sua especialidade: falhar golos!

Gostaria de destacar, da partida de ontem, 2 jogadores: por um lado Duda, o patinho feio da selecção, um desconhecido do grande público, que joga numa posição que não é a sua e onde, de facto, não tem estado em bom plano. Mas ontem tudo foi diferente e Duda foi dos jogadores mais incisivos na manobra da equipa ; por outro lado, Tiago, a "surpresa" no onze, "fazendo de Deco", tacticamente irrepreensível, a pautar o jogo a meio campo com classe e com 2 ou 3 pormenores a fazer-nos acreditar que não somos Decodependentes.

Por último, uma nota para a excelente arbitragem do italiano Rosseti, a deixar jogar nos limites, mas a ser rigoroso quando se impunha. E uma nota final para a atitude dos jogadores Bósnios que, mesmo a perder, mantiveram a calma (não se deixaram instigar por Blazevic) e numa altura mais crítica, em que choveram alguns objectos para o relvado, foram os primeiros a pedir calma ao público nas bancadas.

Parabéns Portugal! A todos! Dirigentes, equipa técnica e atletas. Agora, vamos lá "descobrir" África!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Vamos lá dar a bola aos Bósnios

Com o futebol a sério parado há semana e meia por causa da selecção, a que acresce o fulcral confronto de amanhã com a Bósnia, as nossas atenções estão todas concentradas nessa partida que vai decidir de que forma vamos assistir ao próximo mundial: se a apoiar Portugal ; se a apoiar outra selecção qualquer!

Depois de ontem termos tido uma recepção meio recambolesca à chegada, os relatos que nos chegam do estado do relvado neste estádio secundário no país de Leste não é nada famoso, ou seja, vem-se confirmar a teoria de que amanhã à noite, vamos ter uma guerra para travar! A ajudar a isto, as declarações quase "bélicas" do seleccionador mostram à evidência que os Bósnios estão preparados para a tal guerra.

Acho sinceramente que as coisas começam a conjugar-se a nosso favor, pois nota-se por um lado alguma sobranceria dos Bósnios (acham que Portugal está perfeitamente ao seu nível) e um espírito belicoso que, caso as coisas não lhes saiam a contento, pode jogar muito a nosso favor, assim saibamos manter a cabeça fria.

Já que falamos de duas selecções que atacam bem e defendem mal, e uma vez que estamos em vantagem e marcando um golo na Bósnia, os Bósnios têm de marcar 3, é de entrar em campo com 2 objectivos em mente: dar a bola aos Bósnios para eles terem de assumir o jogo (ainda para mais sem o miolo do seu meio-campo, castigado) ; saír rápido no contra-ataque sem desequilíbrios ou aproveitar bolas paradas para marcar.

Amanhã temos tudo para tirar o bilhete para a África do Sul. Vamos a isso Portugal!

Este regulamento nem para limpar o dito cujo


Genial o mais recente "problema" com a Taça da Liga. Depois da patetice do "goal-average" no ano passado, resolvido com uma tradução errada (!!!), varrendo para debaixo do tapete, a deste ano ainda é mais deliciosa, pois se a questão da média de golos Vs diferença de golos é uma diferença de entendimento de um conceito (ou seja, ou é A, ou B, e claro que é A ou B conforme convenha), aqui temos uma panóplia de soluções possíveis, qualquer uma delas estúpida!

Aos menos atentos, o problema é o seguinte: num destes fantásticos grupos de 3 desta fase da competição (em que se recebe um adversário e se vai a casa do outro, ou seja, a ordem dos jogos influencia tudo!), todos os jogos acabaram empatados a zero, o que leva para o critério de desempate seguinte: passa quem tiver a mais baixa média de idades.

Vai daí, o Portimonense aos 91 minutos do seu 2º e último jogo tirou um coelho da cartola: tirou o guarda-redes de 35 anos titular e colocou um miúdo de 19 no seu lugar. Com isto, a média de idades dos jogadores em campo no final do jogo era inferior à média de idades da Académica. Mas se isto já parece delicioso, melhor ainda é saber que na realidade a média de idades da Académica é inferior, o problema é que no Site Oficial da Liga (repito, OFICIAL), o jogador da Briosa Tiero aparece tendo 34 anos, quando na realidade tem 28! O que torna ainda tudo mais confuso!

Mas para aumentar a confusão, onde raio é que o regulamento diz que o que interessa é a média de idades dos jogadores em campo no último minuto do último jogo? Porque não a média de idades dos 11 iniciais nos 2 jogos disputados? Ou porque não a média de idades dos 11 que terminaram os 2 jogos? Ou porque não a média de idades no final do 1º jogo?

Cada vez mais me convenço que a avantesma que fez este regulamento tem sérios problemas mentais e não percebo como, após a vergonha do erro do ano passado, se optou apenas por colocar a expressão correcta no regulamento (ou seja, dando razão a quem foi roubado!) e não por reformular o regulamento de fio a pavio.

A Taça da Liga é a prova de como uma boa ideia pode-se tranformar numa alarvidade. A ideia inicial que foi vendida era que esta prova ia gerar receitas e era uma oportunidade para as equipas mais pequenas brilharem. Acabamos por assistir a jogos a meio da semana a meio da tarde (numa altura em que as competições estão paradas!) e os 3 clubes do sistema são levados ao colo até à fase final. A isso, junta-se este regulamento perfeitamente aberrante, que nem para a higiene mais íntima tem utilidade!

domingo, 15 de novembro de 2009

Carvalhal?!?!?

O Presidente do Sporting tinha avisado que o treinador ia ser uma surpresa. E é, sem sombra de dúvida, não passava pela cabeça de ninguém que fosse Carvalhal o escolhido, mas faz algum sentido ao ser publicamente uma segunda escolha, ou seja, dificilmente um treinador português com algum nome e "na moda" aceitava ser segunda escolha após um treinador com 3 semanas no activo ser a primeira escolha, pelo que a margem de manobra acredito que fosse curta para Bettencourt.

Carvalhal vive uma fase dura da sua carreira, depois do falhanço na Grécia e no Marítimo, e no Sporting encontra duas coisas:
- a possibilidade de conseguir com alguma facilidade melhorar esta temporada e dar assim, ainda que ligeiramente, um balão de oxigénio à carreira
- no caso de um falhanço absoluto, a passagem por Alvalade permite-lhe abrir portas nos mercados do médio oriente e asiático dado o "nome" do Sporting.

Ou seja, Carvalhal tem muito a ganhar com esta passagem pelo Sporting, numa altura em que estava "queimado". Já o Sporting... afinal qual é a ideia? Salvar esta temporada? Tirar a pressão desta temporada e preparar a próxima? Mas Carvalhal só tem contrato até final da época...

Devo dizer, apesar de tudo, que "engraço" com Carvalhal. Não sei bem qual a quota parte, nos seus falhanços, do azar e da azelhice. Mas dos seus tempos no Restelo não ignoro a sua constante preocupação com os erros e o assumir sempre, pelo menos publicamente, dos erros, ao contrário de outros que por lá andaram, que sempre preferiram deitar as culpas nos jogadores, na meteorologia, no azar ou no que estivesse mais à mão.

Cá fico à espera, então, que Carvalhal tenha sorte. Ou mostre saber da arte. Sinceramente, estou a torcer por ele!

Adeus azar!


A vitória de Portugal, esta noite, sobre a Bósnia, soube a pouco e ao mesmo tempo soube a muito, pois o resultado esteve longe de corresponder ao que se passou em campo.
Valeram-nos os deuses da fortuna, os mesmos que no início da fase de apuramento nos tinham abandonado. Como dizia a muitos na altura, o azar que tivemos com a Dinamarca ou Albânia havia de acabar e tinha a convicção que havíamos esgotado a nossa dose de azar nesses jogos. Confirma-se!

3 bolas nos ferros hoje, as últimas duas, no espaço de 3 segundos, surreais, disseram-me que estamos vivos e com a estrelinha dos campeões! Entrámos bem na partida, tivemos um pequeno abrandamento mas depois até ao golo fomos "esfomeados" pela vitória. Excelente toda a equipa nesse período. O problema foi que com o golo a Bósnia passou a querer jogar futebol, e a nossa equipa não mais se encontrou.
Não que a Bósnia jogásse algo por aí além, longe disso, mas porque a nossa defesa, sob pressão, continua a manifestar um problema já com alguns anos: treme por todo o lado e é só buracos! Basta apenas colocar bolas na nossa área e é um "ai Jesus"! Acresce a isso a ausência de Ronaldo (importante na circulação e manutenção de posse de bola) e uma total falta de discernimento a pautar o tempo de jogo em posse de bola, e tivemos uma noite difícil.

Quarta-Feira temos um "mata-mata" na Bósnia, num estádio que é um "campo" e com neve. Será difícil, será um jogo de luta e temos de ir para a guerra! Não é tempo de limpar armas, é tempo de naqueles 90 minutos deixar a pele em campo, porque o adversário é isso que fará!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Sporting dá época como perdida?

Depois da saída de Paulo Bento, com um plantel mais fraco que a concorrência e sem capacidade financeira para lhes fazer frente (só Paulo Bento foi fazendo milagres lutando com o Porto nos últimos anos enquanto o Benfica andou enredado em temporadas patéticas), o Sporting admite estar interessado em contratar André Villas Boas, treinador da Académica há coisa de 3 semanas...

De André Villas Boas, tenho as melhores referências, e não tenho dúvidas que deverá ter bastante mérito. Mas a sua entrada no Sporting só fará sentido se a estrutura leonina admitir esta época como perdida, libertar a equipa de pressão (e aí com naturalidade o Sporting acaba nos 4 primeiros lugares, pois tem plantel mais que suficiente para isso) e puder preparar a próxima época.
Se Villas Boas entra para resolver esta temporada, então para o ano duvido que ainda esteja em Alvalade, pois estarão a colocar um peso enorme nos ombros de um "miúdo" inexperiente e a quem serão exigidos resultados. E com a entrada de Sá Pinto para Director Desportivo não estou a ver o Sporting a atirar a toalha ao chão. Só se o Sá Pinto atrás da secretária for bem diferente do que era como jogador.
Veremos quais são as cenas dos próximos capítulos:
- se o Sporting é inteligente, contrata Villas Boas num projecto de futuro esquecendo esta temporada
- ou se o Sporting quer salvar uma temporada onde nada há para salvar (Benfica muito forte, o Porto tem uma dinâmica que faz com que mesmo jogando mal, seja candidato, e ainda há o Braga com avanço considerável).

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A poderosa Bósnia

Faltam apenas 3 dias para a 1ª mão do play-off contra a Bósnia, que por estes dias é apontada na imprensa como uma selecção temível, cheia de executantes de 1ª linha, a que acresce a dificuldade de não termos Ronaldo disponível.

Ora, o que me faz confusão, é que desde o sorteio do grupo até à última jornada, selecções como a Suécia e a Dinamarca sempre foram encaradas como medianas e a Hungria como se de uma selecção de amadores se tratásse. O nosso grupo de qualificação (tal como o de qualificação para o Mundial 2008, com uma qualificação muito sofrida e se calhar imerecida) era difícil, Suécia e Dinamarca são selecções pouco inferiores a nós e mesmo a Hungria, especialmente no seu reduto, não é pêra fácil.

Agora, calha-nos a Bósnia, e parece que o Dzeko e o Misimovic são estrelas de primeira linha mundial, e fala-se do Muslimovic como se fosse um ponta de lança genial. Claro que a Bósnia é difícil e só um Portugal 100% concentrado pode levá-los de vencida. Mas isso é a Bósnia, como qualquer outra da grande maioria das selecções europeias! Ao longo dos anos 90, acabou o amadorismo fora do círculo de 10 ou 15 países, e portanto hoje em dia, mesmo uma selecção de fundo de catálogo, conta com um 11 de jogadores profissionais e que jogam quase todos eles espalhados pela Europa. Pode ser em clubes menores, mas em termos físicos e tácticos têm o mesmo potencial que nós. Só a nossa craveira técnica marca, de facto, um fosso.

Carlos Queiróz foi muito contestado ao longo da fase de qualificação, tendo de se haver com uma equipa sem lateral esquerdo nem ponta de lança. A verdade é que nos colocou no play-off (era o mínimo exigível e devo dizer que em altura alguma duvidei que lá chegássemos) e agora só há um resultado possível: ir ao Mundial 2010.

Com Ronaldo ou sem Ronaldo, somos muito melhores que a Bósnia. Só temos de jogar concentrados, dar tudo em todos os lances, e a África do Sul é já ali ao virar da esquina. Vamos a isso!
PS - A cara aí na fotografia é familiar a todos os adeptos do futebol não é? É só olhar e dizemos logo: epá, este é o... não faço ideia!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Enke.

Há mais de meio ano o Futebol Relativizado ficou em stand by. Neste tempo, por várias vezes tive vontade de regressar a escrever aqui, com uma base regular, mas apesar de vários assuntos me fazerem despertar esse desejo de escrever, a notícia há pouco conhecida da morte de Robert Enke, confirmada agora on-line como suicídio, acabou por me despoletar este regresso.

O Enke surgiu no Benfica numa altura terrível para o clube, e acabava por ser uma lufada de ar fresco nos encarnados, pela sua qualidade inquestionável, aliada à sua juventude. Acrescentava a isso um ar meio "hippie" que fizeram dele um jogador por quem tinha algum carinho e cuja carreira fui sempre acompanhando.

Enquanto acompanhava a carreira, acompanhei também a tragédia pessoal porque passou há alguns anos, perdendo um filho, e mais recentemente o azar que o afastou da competição numa altura em que se afirmava definitivamente como guarda-redes de topo. A notícia da sua morte deixou-me chocado. Mais ainda ao descobrir que era suicídio, numa altura em que o seu nome era inclusivé falado para potencial titular da selecção germânica e como estando a caminho de um clube de topo europeu.

A vida é cheia de mistérios e dramas. Os de Robert Enke acabaram esta tarde, numa passagem de nível.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Benfica fora da Selecção

É um facto que é uma questão pontual e que pode até ser injusta, mas a verdade é que o Benfica não tem um único jogador na selecção portuguesa para o embate com a Suécia. E, pasme-se, até o Leixões lá tem Beto.

Claro que Nuno Gomes é um nome incontornável e que se calhar deveria lá estar. Claro que Rúben Amorim está na calha. E mais? Quem mais no Benfica sabe o que foi o Benfica? A sua história, a grandeza do passado e dos títulos conquistados? Sem ninguém que o saiba, sem ninguém que conheça o que é o Benfica, o Benfica não sai deste marasmo.

Tenho lido que o Benfica já procura reforços um pouco por toda a Europa. Errado. A hora é de olhar para Portugal ou para os portugueses que estão lá fora. É linear que Reyes dá mais rendimento que Eliseu? É linear que Aimar é mais influente que Duda?

Muito tem de mudar no Benfica. É preciso haver uma estratégia. Parecia haver uma estratégia para esta época: ganhar, a que custo fosse. Vieram Aimar, Reyes e Suazo. E agora fala-se em tempo??? O Benfica tem de pensar no longo prazo e tem de perceber que tem 4 jogadores na selecção sub-21, dos quais só 1 já deu provas de qualidade para jogar no Benfica. Já o Sporting, tem lá 6 jogadores, 4 dos quais estão nesse lote. Quanto ao Porto, são 8 os jogadores nos sub-21, curiosamente nenhum dos quais com experiência de Liga Sagres, mas uma mão cheia deles a serem revelações na Liga Vitalis.

O Benfica foi enorme quando era "português". Quando, concordando-se ou não com a linha de rumo baseada nas massas e defendida pelo sistema político vigente, tinha identidade e estratégia. Hoje, a identidade está perdida e o Benfica saltita de estratégia em estratégia. E perde tempo para se reerguer.

terça-feira, 17 de março de 2009

Babem-se por ele

Tenho gostado do ponta de lança do Marítimo, Baba Diawara. Devo dizer que apesar de alguns golos, me parecia demasiado ingénuo nos seus movimentos no início da época, mesmo dando desconto à sua tenra idade. Mas nos últimos jogos tem-me vindo a impressionar. Além do "crescimento" físico, nota-se também maior maturidade e parece-me poder estar ali uma "pérola africana".

21 anos, 18 jogos, 11 golos, um golo a cada 110 minutos jogados... E o de ontem, é daqueles que levantam o estádio. Vejam só:



Segundo o Sunday Mail, o Marítimo terá rejeitado na passada semana uma proposta do Hearts no valor de 2,5 milhões de Libras, e parece que o Sporting também estará atento ao jogador. Valerá tanto? Espero até final da época para o confirmar.

terça-feira, 10 de março de 2009

Os "grandes" da vergonha

Depois de 5-0 em Alvalade, 7-1 no Allianz Arena. O que dizer? Assim de repente, ainda há um ano, com o Bayern com equipa semelhante, o Belenenses perdeu 1-0 lá a abrir a eliminatória e perdeu 2-0 no Restelo, tendo jogado taco a taco até ao intervalo. Meses depois, o Sp. Braga empatou a 2, penso, com o Bayern no Estádio Axa.
Este é um ano horrível para os grandes. O Porto levou um banho de bola histórico em Londres, o Benfica foi enxovalhado por um banalíssimo Olimpiakos e o Sporting saltita de derrota incrível em derrota incrível.
Lembro-me do Vitória de Setúbal ter levado 7 da Roma há uns anos. Mas na 2ª mão, em casa, limpou as lágrimas vencendo por 1-0. Estes são, mesmo, os "grandes" da nossa vergonha.

domingo, 8 de março de 2009

A tecla do golo

Gosto de Ernesto Farías. Como homem golo, acredito que mesmo raramente jogando, é o mais forte no futebol português. Não é avançado, não lhe peçam condução de bola. Peçam-lhe golos. E a verdade é que o homem é de uma eficácia tremenda. Raramente joga e quando joga, quase sempre "molha a sopa".

Ontem marcou um golo muito bonito, na sequência de um canto, como de costume prontamente menorizado pelos comentadores de serviço, alegando uma falha de marcação. Em primeiro lugar, a haver marcação individual, não foi o defesa que falhou, foi sim Farías que numa movimentação inteligente se "descolou" do defesa. Mas como duvido muito que uma equipa da Liga Sagres ainda faça marcação homem a homem, o que quando muito ali pode ter falhado foi a marcação zonal. De qualquer forma, grande movimentação do avançado, no vídeo aqui em baixo:



Para acabar, fica uma estatística gira que mostra a capacidade do argentino:
- em 2007/08 foi o 8º jogador no ranking de minutos jogados por golo, com um golo a cada 121 minutos em campo. Aliás, se excluírmos os jogadores com menos de de 5 jogos jogados, foi o 3º melhor neste capítulo, que para mim é essencial para definir um ponta de lança
- em 2008/09 está no 5º lugar no mesmo ranking. Mas se excluírmos os jogadores com menos de 5 jogos, pasme-se, está em primeiro (empatado com outro "esquecido", tal como Néné, Baba Diawara, do Marítimo), com um golo marcado a cada 102 minutos.

Se já o admirava do pouco que conhecia dele no futebol argentino, cada vez que o vejo jogar pelo FC Porto, melhoro a minha impressão. E questiono-me se, em especial em jogos em casa frente a equipas mais fechadas, ele não seria o homem ideal para jogar em cunha, ladeado por Hulk e Lisandro.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Continua a saga de Néné

Eu já sabia que ele marcava muito, e de toda a maneira e feitio. Ontem marcou de outra forma, igualmente brilhante. Cada vez mais digo: Que jogador!

segunda-feira, 2 de março de 2009

Belissimo!

Eis um golo fantástico:



OK, bonito, mas pode ser obra do acaso ou inspiração do momento. Mas depois vemos isto:



E aí percebemos que há algo mais do que apenas sorte ou inspiração do momento. Há aqui um padrãozinho que recomenda este rapaz. E como os meus amigos dos tempos em que jogava futebol sabem, não há nada que me dê mais gozo que uma "chapelada de aba larga". Ah, que saudades...

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Fair-Play? É uma treta!

Já dizia Jorge Jesus, e eu concordo. A história de ter um lance de ataque perigoso e atirar a bola fora porque um adversário se atira para o chão, lesionado ou não, e nós passamos a ter a bola devolvida pelo adversário no nosso guarda-redes, é uma mentira.

Curiosamente, só há um interveniente no futebol que por defeito, está do lado de quem "queima tempo": o jogador adversário. É curioso, e a resposta é simples: um jogador tem medo, acima de tudo, de lesões. E, como é óbvio, nunca podemos saber a gravidade da lesão de um adversário. E, por uma questão de respeito, a grande maioria dos jogadores atira a bola fora quando vê um adversário no chão. Haja ou não a sensação de estar a "queimar tempo".

Mas venho a este tema do Fair-Play ser uma treta, por causa do Benfica-Leixões de ontem. Isto porque, e bem, o Benfica passou os últimos minutos a "queimar tempo". Isto numa altura em que o Leixões tinha reduzido a desvantagem, o Benfica tinha menos e estava "encostado às cordas". Portanto, parece-me fazer sentido, na situação de catástrofe iminente em que o Benfica estava, que optásse por essa táctica.

O que já me causou mais estranheza foram os comentários televisivos, que normalmente, quando o clube pequeno queima tempo (mesmo que não de forma ostensiva) é atacado sem dó nem piedade, e quando um "grande" queima tempo, já é táctica e experiência. Faz-me confusão ver várias repetições em que se vê que o jogador do Leixões não toca no Katsouranis e ouvir "não podemos fazer processos de intenções aos jogadores, Katsouranis pode ter de facto alguma coisa... mas também é um jogador experiente, e sabe que esta é a altura de quebrar o ritmo ao adversário". Qual era o mal de dizer que o Benfica estava a "queimar tempo", que era feio, mas era futebol?

Por isso, nada me dá mais gozo do que ouvir Jorge Jesus dizer que o fair-play é uma treta. Porque o é, de facto. E só o é por iniciativa dos árbitros, pois já há ordens da FIFA para que os árbitros tomem a iniciatica de ser eles a interromper o jogo, o que raramente acontece em Portugal.

Resumindo, não percebi a revolta do Leixões, porque se fosse ao contrário fariam o mesmo. E não percebi o ar de virgens ofendidas do Benfica. O que fizeram é normal, mas não é bonito. E há que o admitir. Até porque ainda há bem pouco tempo me lembro de um golo do Benfica em que o Leo contorna um jogador adversário há já muito tempo caído na sua área para dar um golo aos encarnados. Portanto, na minha opinião, ninguém devia atirar bolas fora e ninguém as devia devolver. Para mim, estava resolvido. E a solução completa era o futebol ser cronometrado, 30 minutos cada parte.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Saudades de Cabral Ferreira


Faz hoje um ano que perdi um bom amigo e um grande exemplo de dedicação, inteligência e educação: Cabral Ferreira.

Mais do que uma figura do Belenenses, de que se viria a tornar Presidente, ao longo dos 4 anos que privámos foi para mim um amigo e um professor. Ensinou-me a viver e ensinou-me a morrer. Há palavras e olhares inolvidáveis, e Cabral Ferreira, quer com pujança em vida, quer debilitado às portas da morte, manteve sempre as palavras certas e o olhar no futuro. Porque há homens que veêm muito mais além do que todos nós. E não é a morte que os faz desaparecer.

Um abraço meu amigo. Daqueles fortes. Tenho muitas saudades suas.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Como é possível?


Um passe a rasgar e o mundo a seus pés, já nos descontos, com o jogo empatado. Com a equipa no último lugar do campeonato. 21 anos. Um nível de exigência diferente e todo o peso de uma equipa nos ombros. O colega ao lado, os dois sozinhos, cara a cara com o guarda-redes que, desamparado, chega a tirar os olhos da bola por longos instantes.

A corrida, cada vez mais lenta, em direcção à baliza. Cada vez mais lenta, para demorar o máximo de tempo a lá chegar. O colega ao lado, com experiência, a controlar a linha da bola para não estar fora de jogo. O colega a pensar "agora é só esperar que o guarda-redes caia e ele mete-a, se ele não caír dá a bola aqui e do último lugar saltamos para o meio da tabela e as aflições ficam mais longe".

Mas Vinícius pensa na carreira promissora que estava estagnada no Brasil. Nas boas indicações em Portugal e em como este golo pode valer ouro para a sua equipa. Pensa na sua mulher, recém-casado, e no futuro que pode estar nas asas deste golo.

Por muito lento que corra, já não há mais tempo. É tempo de marcar. Ou dar a marcar. Não. É de marcar. Um tecnicista como Vinícius Pacheco é capaz de colocar uma bola "morta" como aquela ao milímetro. Por isso, nem sequer é tempo de encher o pé. É tempo de apontar ao canto da baliza e dar um toque suave na bola para a colocar naquele sítio em que, sem todo este texto para trás, até de olhos vendados Vinícius Pacheco era homem para colocar a bola. Aí vai ela para a baliza, "é agora o meu momento". Falhou!

"Como é possível?" pensa Jaime Pacheco. Pensou Jesualdo Ferreira quando Hélton deixou passar uma bola em que em 1000, defende 1000. Esta foi a 1001ª. E ninguém lhe disse que apesar de em 1000 defender 1000, na verdade em 1001 só defende as mesmas 1000. O desespero estampado no rosto de um virtuoso e de um guarda-redes.

Como se resolve isto? Com confiança. Com um balneário forte e um treinador amigo. Com um golo dedicado, com um piscar de olho, com uma brincadeira. É isto o futebol. Os golos marcados e falhados, as grandes defesas e os grandes frangos. É também nos grandes falhanços que está a grande magia do futebol.


domingo, 22 de fevereiro de 2009

Eu vi a BenficaTV


Ontem não me foi possível ver o Sporting-Benfica, porque há casas neste país onde ainda não há SportTV. Como é que alguém vive assim? Mais, como é que alguém marca um jantar em dia de Sporting-Benfica e não tem SportTV? Mulheres...


Vem isto à baila porque apesar de só ter conseguido ver uns minutos da primeira parte, chegado aos minutos finais lembrei-me de que havia BenficaTV, e portanto por ali deveria conseguir saber pelo menos o resultado.


Esta minha acção teve um resultado assustador. Primeiro, porque assim que liguei percebi que havia um "programa" que consistia numa mesa de restaurante (era mesmo um restaurante!!!) dois jornalistas a fazer o relato do jogo que viam na TV. Bom, apesar de tudo até me parece minimamente útil, apesar do "estúdio" ser surreal!


Segundos depois, começei a estarrecer. Os jornalistas imploravam, em directo, pelo final da partida, que estava em 3-1. Diziam eles que o que se estava a passar era demasiado mau para ser realidade, e devo dizer que fiquei agradado. Isto porque percebi que não se inventaram desculpas para o que, aparentemente, se passava em campo, quando até seria fácil, já que os espectadores não viam o jogo. Podia-se facilmente "pintar" um filme melhor do jogo.


De repente, veio o golo do Benfica, a euforia dos jornalistas e começou uma espiral de loucura, em que para além de se chamar recorrentemente "a menina" e "a menininha" a um dos jogadores do Sporting (não consegui perceber quem seria), culminou no apito final com a seguinte frase: "O Paulo Bento parece um atrasado mental a festejar, deve pensar que foi campeão!". Isto parece-me demasiado grave e sinceramente ultrapassa tudo de mau que imaginei que um canal de um clube pudesse ter.


Por experiência própria, porque já muito escrevi em órgãos oficiais do Belenenses, jamais me passou pela cabeça insultar ou sequer "menorizar" um adversário. O adversário, num órgão de comunicação oficial do clube, ser tratado com tanto respeito quanto aquele que gostaríamos que nos tratasse. Quem trabalha num órgão de comunicação institucional nunca pode vestir a pele de adepto. Porque ali não se representa a si próprio, mas ao seu clube. Quem sai envergonhado com isto é o Benfica, não quem profere as gravíssimas palavras.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Uma vez Fiúza, para sempre Fiúza

António Fiúza é um velho amigo meu. Um homem que certo dia veio passear a Lisboa e ver o "jardim jolójicos". Uma amizade que não esqueço, "dóia a quem doer"! Obrigado Fiúza por existires e, espero, por o teu MI6 ainda andar a controlar as minhas bloguices. Um grande bem-haja!

Mas Fiúza é sempre capaz de algo mais, tem sempre aquela capacidade de nos surpreender. A apresentação do novo treinador, João Eusébio, foi mais um daqueles momentos inolvidáveis que Fiúza nos proporciona quando lhe colocam um microfone à frente.

A propósito do novo treinador, disse Fiúza o seguinte:

"João Eusébio é o novo treinador do Gil Vicente, um gentleman com H grande."

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Mágico Braga

2-0 aos 25 minutos. Até podem perder hoje. Até podem ser eliminados. Mas é de longe a melhor equipa portuguesa do momento. A que joga melhor. O que não significa ir na frente ou ser o maior.
Mas é bom ver a qualidade reconhecida. Estranho apenas que a do Braga seja tão reconhecida fora de portas e cá se vão arrastando na luta pela Europa. A loucura que seria outros estarem a vencer 2-0 aos 25 minutos o Standard Liége. Ou fazerem a espectacular exibição, em San Siro, olhos nos olhos. Haja qualidade e coragem!

Derrota de Guimarães

Parece-me este o nome mais apropriado, nesta temporada, para o clube Vimaranense, com o qual simpatizo pelo facto de conseguir, neste país, centralizar o apoio de uma cidade.

Esta temporada que tinha tudo para ser um ponto de viragem, transformou-se numa época deprimente em que a equipa se tem arrastado jogo após jogo, jogando sempre sobre brasas.
A derrota de ontem frente ao profundamente deprimido Estrela da Amadora, em casa, para os quartos-de-final da Taça de Portugal, foi o bater no fundo de uma equipa de quem se esperava muito nesta temporada.

É um facto que saíram 4 ou 5 jogadores nucleares do brilhante ano anterior. Mas também é verdade que a montra Champions e uma maior folga financeira facilmente permitiriam contratar mais-valias.

Isso não aconteceu, penso, devido a alguma inexperiência dos seus dirigentes ao mais alto nível. E um momento que podia servir de êmbolo a um novo Vitória foi desperdiçado. Para quando gestão profissional (que é diferente de profissionalizada) nos clubes portugueses?

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Hulk, Di Maria e Coentrão

Hulk: ia marcando um golo de génio, após uma jogada brilhante em que finta 3 adversários em técnica, força e velocidade e, chegado à entrada da área, acerta em cheio na barra com um potente remate. Fantástico, absolutamente fantástico esse lance. De resto, jogo em decréscimo de rendimento, a lembrar o Hulk inicial, demasiado (ou apenas) individualista.



Di Maria: golo de fantástico efeito, facilitado por um guarda-redes pouco inspirado contra os grandes. Este é daqueles golos que levantam o estádio, mas mais importante que esse golo foi, talvez, a sua melhor exibição (em termos de influência colectiva) com a camisola do Benfica. À direita e mais atrás do que habitualmente. Curiosamente e a rever. Agora os benfiquistas que decidam qual dos 2 Di Marias de ontem querem: o da "padeirada" que correu bem (o que vêem há ano e meio) ou o influente que mexeu com a partida. Vejo demasiado embandeirar em arco com a padeirada, exactamente o que me parece pior para o jogador e equipa.



Coentrão: o "puto" das Caxinas não perdoa no Dragão. Depois de 2 golos ao serviço do Nacional, mais um ontem, fantástico. Vindo da lateral para o meio, deixando por terra o possante Cissokho e com um remate colocado e indefensável. Isto é o que Coentrão pode ser.



Resumo: 3 esquerdinos, 3 lances à direita e 3 lances de belo efeito. Curiosamente, dos 3, o mais genial acabou por ser o que não deu golo. Mas isto é o nós gostamos de ver. Desde que não seja contra o nosso clube!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Ponta-de-Lança da moda

Néné voltou ontem a bisar, acumulando já 14 golos em apenas 17 jornadas, o que faz dele o maior goleador da Liga após Mário Jardel.

Claro que Néné, tal como a grande maioria dos brasileiros recrutados pelo Nacional, pouco tem a ver com os contentores de patrícios que todos os anos chegam a Portugal. Néné veio do Cruzeiro a troco de 500.000 USD, sendo um jogador com algum crédito no Brasil. E isto é importante quando se analisam nomes como Paulo Assunção ou Adriano, entre outros, saídos do Nacional por verbas elevadas e de categoria indesmentível.

O que mais me espanta em Néné, é a facilidade com que marca golos, de toda a maneira feitio. Há goleadores que marcam muito de cabeça, outros muito de pé direito, outros muito em bolas paradas. E, normalmente em Portugal, os goleadores têm sérias dificuldades em marcar golos.

Néné não. Ele inventa golos em lances que não são grandes oportunidades, mas onde um cabeçeamento forte e colocado faz a diferença entre uma mera jogada de ataque e um golo. Ou então aquele golo ao Sporting, dos melhores golos que recordo, quer pela espontaneidade, quer pela dificuldade técnica (a bola não ia fácil e o terreno estava pesado), quer ainda pela perfeição do movimento.



Néné está condenado a saír do Nacional. Em Janeiro ele já era goleador e andou tudo a dormir em Portugal. Hoje, o seu nome começa a ser falado ao mais alto nível na Europa e, eventualmente, os clubes portugueses ficarão para trás. Mais preocupados com os "penaltys", "frutas" e "legumes". E a Liga Portuguesa ficará mais pobre.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Jogo de nervos no Restelo

Notícia do dia: daqui a um aninho, está marcada nova operação para retirar os parafusos. AH! A magia da algaliação e desalgaliação, estou ansioso por reviver essa experiência!


Serve isto para introduzir (tal como na algaliação) a visita do Sporting ao Restelo amanhã. O Belenenses tem tudo a ganhar, enquanto o Sporting tem tudo a perder, pelo que estou confiante. O Belém tem vindo a subir de forma, tem conseguido resultados nesta fase difícil da temporada que o colocam a "respirar" e tem a ausência de pressão de vencer nesta partida a jogar pelo seu lado.


Já o Sporting vai ao Restelo no rescaldo de uma derrota justa em Alvalade, frente ao Braga, que voltou a provar que é claramente a melhor equipa do campeonato e só não vai à frente por questões "arbitrárias". Digamos que têm sido "algaliados a sangue frio". Quanto ao Sporting, sem Liedson, e com toda a turbulência interna e dificuldades em colocar o quarteto do meio campo a funcionar, acrescido do facto de um mau resultado o arredar da luta pelo título, penso que se não conseguir fazer o resultado cedo começará a ceder, até porque psicologimente me parece uma equipa frágil.


No entanto, há que ressalvar que o ponto mais fraco da defesa leonina, as faixas laterais, é o ponto mais fraco do nosso ataque que, à excepção do recém chegado e bem aventurado Saulo, é um marasmo em termos de futebol jogado pelas faixas.


Em relação ao Sporting, também me parece que terá dificuldade em explorar o ponto mais fraco da defesa azul, que são as transições defensivas. Mas também o Sporting funciona melhor em ataque apoiado e organizado.


Em resumo, será um jogo complicado de parte a parte. Pelo Belenenses, devido ao valor do adversário. Pelo Sporting, pela envolvência do jogo. Portanto, espero um jogo de nervos no Restelo, com as equipas um tanto ou quanto passivas esperando o erro alheio. E, que no fim, tenha sido o Sporting a ser algaliado!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Ganhámos, até em centímetros

Gostei da Selecção esta noite. Novamente. Há evolução, a selecção voltou a fazer uma excelente exibição e uma vez mais a goleada não apareceu porque não há quem marque golos. E aí não treinador nem táctica que nos valha. É pura (des)inspiração.

Gostei particularmente de ver Pepe a trinco. Finalmente um trinco a sério, depois de Petit fazer o lugar a preceito sendo um misto de 6 e 8, mas a primeira solução realmente válida para varrer jogo pós-Costinha. Para além disso, a subida de Pepe para trinco permite ganhar centímetros, que na nossa selecção também são imprescindíveis, pois a grande maioria dos nossos jogadores que não centrais e Ronaldo são francamente decepcionantes no jogo aéreo.

Gostei também de ver Rolando, sereno como habitualmente. E devo dizer que me impressionou Duda a lateral esquerdo. Falta experimentar frente a um extremo que lhe caia mais vezes em cima e com mais qualidade, mas em termos tácticos esteve irrepreensível e em termos técnicos é uma mais valia pela qualidade de passe (a bola sai sempre redondinha). Eduardo, sem muito trabalho, esteve seguro.

Estou confiante para a Suécia. Haja agora calma com a selecção, que a coisa vai ao sítio e estaremos presentes no "certame" Sul-Africano (esta última frase segue com um abraço ao Kiki).

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Sub-21 sem vedetas, mas com qualidade

Vi ontem a primeira parte da nossa vitória sobre a Suíça em Sub-21, vitória por 3-1, e fiquei agradavelmente surpreendido. Já me tinham chegado ecos de bom futebol na vitória sobre a poderosa Espanha, e ontem gostei muito do que vi, em especial pela facilidade com que entrámos a ganhar na partida, fruto de um erro infantil do adversário, mas a equipa manteve uma postura austera e decidida e facilmente chegou ao intervalo a vencer por 2-0.
Esta selecção sub-21 não tem nenhum craque mundial, que já tenha sido transferido por milhões ou esteja nessa iminência. É uma selecção de operários especializados, cuja maior estrela será, eventualmente, Pereirinha. E isto diz muito sobre a diferença desta selecção para algumas que a antecederam.
Gostei particularmente de ver poucas fintas e muita circulação de bola, a opção sempre pela linha de passe aberta em vez do risco. Curiosamente, olhando individualmente, duvido que mais do que 2 ou 3 dos jogadores desta selecção cheguem à selecção A. No entanto, duvido que algum deles não consiga vir a ter uma carreira em clubes de primeira liga.
A vaca está a ser alimentada!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O fantasma de Scolari


Parece-me perigosa para a selecção nacional a saída de Scolari do Chelsea, na medida em que começam a ouvir-se as primeiras vozes a "chamar" o Sargentão de volta à nossa Selecção.

Parece-me perigosa por vários motivos, entre eles o facto de não achar que estejamos a ter uma fase de qualificação calamitosa (o grupo é muito difícil, tal como o de qualificação para o Euro foi, onde nos qualificámos "com as calças na mão"). Temos tido maus resultados, e teremos ainda outros até final. Tal como as outras equipas do grupo, até porque o grupo é muito equilibrado e, por exemplo, Dinamarca e Suécia ainda se defrontam duas vezes...

Para além disso, sendo realistas, a selecção hoje não tem a qualidade individual de outros tempos. Nem individual, nem colectiva. Recorde-se a base do Porto campeão europeu em 2004. Daí compreender perfeitamente a frase de ontem de Queirós, de termos de "alimentar a vaca". Porque a verdade é que foi ele que a alimentou no início dos anos 90 e ao primeiro desaire, numa fase de grupos em que tinhamos de "limpar" os italianos com miúdos, saíu. E depois houve 10/15 anos em que a vaquinha vinha alimentada pelos estágios de 250 dias anuais de Queirós. Essa geração acabou. E hoje o que temos?

Hoje temos, na minha opinião, uma selecção de extremos. Temos o melhor jogador do mundo (a quem diz que Ronaldo na selecção não é o mesmo, recordo que a Libéria de Weah, quando ele era o melhor do mundo, era goleada pelo Burundi e Guiné-Conakri, e o temível avançado jogava a central a ver se perdiam por menos), mas não temos defesa esquerdo, trinco ou ponta-de-lança. Acho que nenhuma equipa do mundo sobrevive entrando em campo permanentemente com 3 jogadores a menos. Daí perceber Gonçalo Brandão e Orlando Sá.

O meu medo, é Queirós ficar intimidado pelo fantasma de Scolari. Com a aproximação do jogo com a Suécia, e com maior ênfase se o jogo com a Finlândia correr mal, vai haver uma pressão enorme sobre o seleccionador nacional.

Acabo, relembrando que admiro Scolari. Mas tudo tem o seu tempo, e foi o próprio Scolari quem quis saír. E agora é tempo de Queirós e da matéria prima que Queirós tem. São esses que temos de apoiar. Com ou sem bandeirinhas na janela.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Hulk joga no Bournemouth?

Dos melhores festejos de golo que me lembro. Brutal!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Alzheimer?

Hoje fiquei ainda mais com a convicção de que as mentes iluminadas que fazem as regras das nossas competições de iluminadas têm muito pouco, e desconfio cada vez que já devem ter para cima de 80 anos.

Então não é que hoje, dia de sorteio das meias-finais da Taça de Portugal, a FPF vendo a burrada que fez no regulamento deste ano (as meias-finais passaram a duas mãos, tal como na Taça da Liga para evitar surpresas e garantir os "grandes" na final) decidiu emitir um comunicado a explicar o critério de desempate nas meias-finais.

Ora, neste mundo globalizado, há já muitos anos que em quase todas as competições se eu ganhar 1-0 em casa e perder 2-1 fora, passo eu, porque marquei mais golos fora. Isto no caso da diferença de golos nos resultados ser igual. A regra é simples: no caso do resultado agregado ser igual, passa quem marcou mais golos fora. Ora a FPF, nesta Taça de Portugal, decidiu recuperar mais uma regra bem antiga, que eu tenho ideia de ao longo dos anos ter ouvido várias vezes a senhores de provecta idade: "os golos marcados fora contam a dobrar".Vejam aqui!

Porque é que inventam?
Será que vamos chegar ao ponto de ao fim de 180 minutos de futebol, toda a gente se reunir a meio-campo de volta do árbitro a fazer contas, a ver quem passa?

Perdoai-lhes Senhor, eles não sabem o que fazem.

Isto faz sentido?

Sei que o Belenensismo me tolda um pouco (ou muito, ok) a razão, mas vamos lá ver uma coisa: dizer que goal average significa diferença de golos faz sentido? Ainda para mais quando os regulamentos das diferentes provas foram abandonando a regra do goal average para a goal difference ou "diferença de golos"?



Depois, faz algum sentido recusar o recurso do Belém por um erro processual? Até poderia fazer, mas a boa fé não levaria a que ao ser detectado esse erro, ele fosse comunicado? Penso que o Nº 2 do Art. 76º do Código do Procedimento Admninistrativo estipula que “... devem os órgãos e agentes administrativos procurar suprir oficiosamente as deficiências dos requerimentos, de modo a evitar que o interessados sofram prejuízos por virtude de simples irregularidades ou de mera imperfeição na formulação dos seus pedidos”...



Mais: a Liga de clubes não suspendeu a realização da meia-final que opunha o Benfica ao Vitória ou Belenenses até decisão? Então ao suspender não está a tacitamente aceitar o recurso como de boa forma e encetar o processo?



E quando, após anunciar que o recurso foi recusado por erro de forma, adiantando que se fosse analisado o conteúdo também seria recusado, há um último ponto no comunicado que aconselha a Liga a mudar no regulamento da competição a expressão "goal-average" para diferença de golos, não nos está a ser dada razão?



Não faz sentido nenhum. E eu até sou da opinião que apesar deste imbróglio, quem deveria jogar na Luz seria sempre o Vitória. Mas a Liga era crescidinha, rolavam as cabeças dos senhores que escreveram aquela alarvidade no regulamento e a Liga assumia, uma vez na vida, responsabilidades e indemnizava o Belenenses.



Mas pronto, o Belém não jogou, a Liga não assumiu responsabilidades e desta meia final retive a exibição fantástica daquele que é, cada vez mais, um grande jogador: Rúben Amorim. Parabéns miúdo, és Grande!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

As trivelas da carreira

Quaresma foi hoje emprestado pelo Inter ao Chelsea, naquela que é a última oportunidade da sua carreira ao mais alto nível. Se não a agarrar, dificilmente o Inter resistirá a tentar reaver a maior parte possível do investimento no Verão, e seguir-se-ão clubes de meio da tabela de Espanha ou Inglaterra.
Se conseguir aproveitar esta oportunidade soberana, pois o seu futebol de repelões e muitas vezes irracional, mas tremendamente belo, é claramente beneficado pelo espaço da Premier League a os adeversários, normalmente tácticamente limitados, então Quaresma tem tudo para continuar na alta roda. Em Inglaterra.
Quaresma teve Mourinho e a aposta de coração de Mourinho. E está visto que falhou, e o próprio Mourinho que metera a cabeça no cepo por ele com esta cedência admite-o. E se nem Mourinho domesticou o Mustang...

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Simplesmente Mantorras

Mantorras entrou e 4 minutos depois marcou o golo da vitória do Benfica. Num relvado alagado, onde ninguém parecia saber como jogar, Mantorras entrou e deu a vitória ao Benfica. Mantorras, que já não havia memória de ter jogado, entrou e resolveu o jogo. Como faz tantas e tantas vezes, das poucas em que pode jogar.

Todos sabemos que Mantorras é hoje um homem lesionado. Infelizmente, a ganância dos que o rodeavam destruiu-lhe o joelho. E nos poucos minutos que ele joga, em que normalmente marca, Mantorras deixa a sua marca. Mantorras mostra o fenómeno que podia ter sido. Se ele é melhor que os outros com todos os problemas que aquele joelho tem, o que seria ele hoje, em perfeitas condições?

Cada golo de Mantorras, devo confessar que me deixa feliz. Não pelo Benfica, claro, mas por ele. Pela prova que ele poderia estar acima de todos os outros. Ainda está, quando joga.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Mohammed Aboutreika

Pergunta-se quase toda esta legião de fãs que persegue o Futebol Relativizado, à excepção dos que percebem minimamente de bola: "Quem raio é este tipo?"

Pois eu digo-vos, seus incultos. Este homem é o grande craque daquele que se considera o melhor treinador do mundo, Manuel José. Aboutreika é o mago do Cairo, o fantasista de Keops, o malabarista do Nilo.

É esta a minha opinião? Não. Dos poucos jogos que vi do Al-Ahly nos últimos anos, o Flávio mete-o no bolso. E depois há sempre o Wael Reyad e o Ibrahim Said, ídolos de Football Manager.

Mas segundo a IFFHS, esses visionários, é ele o "Jogador mais popular do Mundo". Vejam aqui! O que me deixou mais descansado foi um só facto: o 2º classificado poderia ser Cristiano Ronaldo, Beckham, Ibra ou Ronaldinho.

Mas não, o 2º mais popular é David Suazo! E isso faz de mim adepto do Aboutreika, já viram a chatice que era ter de ouvir todo o Benfiquista, ufano, de que o Suazo era o jogador mais popular do Mundo? Caíamos sempre naquele dilema, valerá a pena explicar a este tipo que se o Suazo é o mais popular do Mundo, é porque isto é uma votação daquelas fatelas? Assim é muito mais giro, amanhã posso dizer a todos os benfiquistas: "Epá, sabias que o Suazo está atrás do Aboutreika na lista de jogadores mais populares do mundo?"
Vou dormir mais descansado. E sonhar com o Aboutreika a fazer uma combinação mágica com o Flávio, devidamente ensaiada por Mister Manel Zé!
PS - Em 4º lugar está o Sudanês Faisal Sido...

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Felgueiras

É hoje notícia o início do julgamento de Fátima Felgueiras no caso do financiamento ao FC Felgueiras por parte da Câmara de que era Presidente.

Curiosamente, o Felgueiras era um clube pelo qual conquistei simpatia ainda na 2ª Liga em 1994/95 e que acompanhei de perto na sua primeira presença no primeiro escalão, na temporada seguinte. Era Jesus o treinador, Lewis o temível avançado Tobaguenho e depois de uma 1ª volta brilhante, problemas directivos graves, lesões e "confusões" levaram o clube a descer no final da temporada.

Procurei no Youtube recordações dessa equipa que admirava, com Leal, Amaral, Sérgio Conceição... tudo o que encontrei foi o que de pior teve o Felgueiras. Parece que nada bate certo por ali...

domingo, 25 de janeiro de 2009

Planeta Agostini...

Faites vous jeux

O Braga jogou um futebol bonito e apaixonante contra Benfica e Porto. E fez zero pontos. Mostrou-se melhor que os adversários, e perdeu irreversilvemente o comboio do topo. Que ambiguidade.

Se contra o Benfica, tem a reclamar uma arbitragem inenarrável, já hoje contra o Porto pode-se queixar de si próprio, de Hulk e, talvez, da arbitragem. Depois de 15 minutos de pura magia minhota, Hulk pegou na bola e decidiu resolver aquilo, um arranque, dois piques e uma guinada, bola para o outro lado da área, devolvida para o meio, golo, não se fala mais nisso. Fora de jogo de Hulk? Sim, mas aceitável. Mas fora de jogo. O segundo golo, defesa do Braga a dormir (o Jesus não deve dormir nos próximos dias só de se lembrar do lance) mas gostava de saber onde andava o Lisandro quando o passe é feito. É que não há imagens e na mais afastada que vi, o homem estava plantado para lá da defesa. E depois na 2ª parte vieram uns penaltys perdoados ao Porto.

No Restelo, o Baiano faz uma placagem do tamanho do Corcovado ao Suazo, e o árbitro não vê (ainda bem!). Na Madeira, o árbitro vê um penalty invisível e o Patrício salva a nação sportinguista.

Está tudo normal em Portugal. A primeira volta acabou, os 3 "estarolas" estão todos empatados lá em cima e o Braga, que joga mais a dormir que eles acordados, já está cá pra baixo. Agora, caros estarolas:

Faites vous jeux!!!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Fresh Case


Mais um caso no Belenenses. Somos especialistas mesmo! Qualquer dia temos uma série com episódios diários na Fox: "Belém Case".

Não há discussão possível relativamente a ser o Belenenses o clube que está por direito nas meias-finais, uma vez que o regulamento é explícito ao referir GOAL-AVERAGE. Traduzido à letra, significa "Média de Golos" e na prática, e como foi utilizado até aos anos 70, significa a divisão de golos marcados pelos sofridos. A partir dos anos 70, passou a utilizar-se a GOAL DIFFERENCE, que significa "Diferença de Golos". E todos os regulamentos passaram a referir-se a GOAL DIFFERENCE e não a GOAL AVERAGE, exactamente para não haver possível erro como neste caso.

Não interessa agora que ninguém tenha lido o regulamento da competição ou que toda a gente pensasse que a regra era outra. A verdade é que o regulamento é claro e fala de GOAL AVERAGE. E em GOAL AVERAGE o Belenenses está à frente do Vitória de Guimarães. Portanto, nas meias-finais só pode estar o Belenenses. Prestes a ser roubado novamente no Estádio da Luz.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

sábado, 17 de janeiro de 2009

O maravilhoso futebol inglês

Hoje vi a 2ª parte do Chelsea contra o Stoke City, e dando de barato que não vi o primeiro tempo, mas pelo que os comentadores diziam do mesmo, tivemos mais uma demonstração do brilhante futebol inglês, em especial quando falamos de equipas menores. O Stoke até se apanhou a ganhar, num trabalho individual brilhante do Beattie (o que é que este gajo fez á carreira?) e depois aproveitando a "artolice" do Alex. Mas parece que era a primeira vez que ia à baliza de Cech. E até aí só dava Chelsea, com o Stoke com 9 homens metidos na área e um outro a tapar a linha da bola. Futebol ao mais alto nível.

Depois de se apanhar em vantagem, foi brutal, eram mesmo 11 enfiados na área, a total ausência de inteligência técnica e táctica. Ah, o maravilhoso futebol inglês. O massacre, o estádio em delírio, o Chelsea a falhar golos em série e por fim a reviravolta ao caír do pano. E o Stoke, aposto, diz-se que caíu em pé, numa grande exibição. Quando apenas fizeram o que faria o Esperança de Lagos se fosse a Stamford Bridge. Com a diferença de que o orçamento do Stoke é de uns largos milhões de euros.
É isto o futebol inglês dentro de campo, tirando 4 ou 5 equipas. Fraco, fraquíssmo. Equipas com grandes orçamentos, até com craques de nível mundial, mas muito mal orientadas. E eu sou um fã do futebol inglês pela sua emoção, jamais pela sua qualidade. Porque, sejamos sinceros, é TÃO mal jogado.

A estranha relação de D.José Policarpo com S.Moretto

Num clube fértil em "casos" como o Belém, só faltava mesmo o Caso Diakité. E pelas últimas notícias, o Diakité não joga mesmo, fica por Aveiro na boda... Para além de que o Diakité é Muçulmano e a noiva, Susana, Testemunha de Jeová. Olhem, Dom José Policarpo que lhes valha, porque nem Alá sabe se o homem entra em campo!

No seguimento de todas estas "questões", ainda não perdi a esperança de que o Belém contrate um jogador já falecido. Ou inexistente. Deixo aqui uma sugestão que tem feito vibrar o futebol europeu: o Moldavo Masal Bugduv!


Faltam 20 minutos para o Belém entrar em campo. E já que nem Alá sabe onde isto vai parar, que nos valha São Moretto. Eu tenho fé!