sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Sejamos realistas!

O sector dos patrocínios está sujeito a variadíssimas limitações, da mais diferente índole, e por isso se analisarmos com algum rigor detectamos padrões de investimento de sectores específicos ao longo dos tempos. Nos dias de hoje, podemos dividir em 3 grandes grupos os sectores de actividade com capacidade para investir no futebol: cervejeiras (ex: Super Bock), Telecomunicações (ex: TMN) e apostas on-line (ex: bet online at BetUS.com).

Historicamente, a Sagres e a SuperBock, em particular desde os anos 80, disputam a liderança do gigantesco mercado cervejeiro português, numa guerra que parece estar para durar, e após algum abrandamento no sponsoring de ambas no final da década de 90, a aposta recente veio em força, a que acresce ainda o patrocínio da Carlsberg à Taça da Liga. A guerra está de tal maneira que já se rasgam contratos com um dos pretensos líderes para “assinar” pelo outro. A aposta é forte e os clubes devem aproveitar para ser a parte que mais ganha nesta luta fraticida.

No que diz respeito ao sector das telecomunicações, a sua época áurea deu-se há alguns anos atrás, quando o mercado português de comunicações móveis ainda estava em crescimento, mantendo-se contudo um elevado investimento fruto da constante inovação tecnológica no sector que provoca um consumo repetitivo do mesmo. Aliás, as telecomunicações são neste momento o sector economicamente mais forte, em todos os sentidos, pelo que deverão ser uma aposta estratégica da parte dos gabinetes comerciais dos clubes.

Chegamos por fim às apostas on-line… o grande “apostador” em sponsoring ao nível do futebol a nível europeu e que se encontra arredado, por questões legais, do mercado português, depois de curiosamente aqui ter sido dado o primeiro grande passo (a criação da Liga BetandWin e posteriormente Bwin) a nível mundial. Esse facto levou-me a acreditar que Portugal poderia aproveitar este mercado, mas os desenvolvimentos recentes, com a guerra que opõe a SCML às casas de apostas, não auguram nada de bom, havendo o risco dos clubes portugueses deixarem passar esta oportunidade de negócio e, quando se legislar, ser já tarde para o aproveitar.

Num tempo de crise, em que o mercado de apostas on-line tem um crescimento exponencial e o seu apetite por “antena” e por investir em imagem é enorme, o mercado desportivo português vive arredado dessa realidade que atravessa a Europa de lés a lés. Por isso é estranho ver 5 ou 6 clubes da Liga Sagres (cá está a cerveja!) sem patrocinador nas camisolas, quando poderiam ter lá algo e dessa forma ser mais competitivos, usufruíndo de recursos que permitiram beneficiar a sua performance e dessa forma dar retorno aos patrocinadores.

Devo dizer que compreendo a posição da SCML, afinal defende apenas os seus direitos, legalmente consagrados. O que me parece é que deve haver uma clara discussão deste assunto, legislar-se sobre o mesmo (não vale a pena enterrar a cabeça na areia e dizer que é proibido apostar on-line em Portugal quando milhões e milhões de euros são apostados por portugueses dessa forma) e discutir qual a legitimidade da SCML para ter o monopólio do jogo, apesar da sua inegável função social. Pode-se então colocar a questão: estarão os players do mercado interessados em entrar, se forem obrigados a ter algum peso social no seu retorno? E deixo então a questão final à SCML: porque não “entrar no jogo”, com toda a imagem e know-how existentes, e aceitar que possa haver outros players no mercado. E ir a jogo, claro. Por exemplo, patrocinando o futebol. Aproveitando uma imagem secular e de seriedade por contra-ponto com toda esta nova panóplia de empresas de que, mesmo quem joga, tem muitas dúvidas sobre a legitimidade...

1 comentário:

Anónimo disse...

É TRISTE NÃO TER VERGONHA DE SER DOS PASTEIS DE BELEM CORRUPTOS ..

AGORA PODES COMENTAR E BEM OS ROUBOS NA 2ª LIGA ai sim tyendes lugar cativo a muito ....