sábado, 28 de fevereiro de 2009

Fair-Play? É uma treta!

Já dizia Jorge Jesus, e eu concordo. A história de ter um lance de ataque perigoso e atirar a bola fora porque um adversário se atira para o chão, lesionado ou não, e nós passamos a ter a bola devolvida pelo adversário no nosso guarda-redes, é uma mentira.

Curiosamente, só há um interveniente no futebol que por defeito, está do lado de quem "queima tempo": o jogador adversário. É curioso, e a resposta é simples: um jogador tem medo, acima de tudo, de lesões. E, como é óbvio, nunca podemos saber a gravidade da lesão de um adversário. E, por uma questão de respeito, a grande maioria dos jogadores atira a bola fora quando vê um adversário no chão. Haja ou não a sensação de estar a "queimar tempo".

Mas venho a este tema do Fair-Play ser uma treta, por causa do Benfica-Leixões de ontem. Isto porque, e bem, o Benfica passou os últimos minutos a "queimar tempo". Isto numa altura em que o Leixões tinha reduzido a desvantagem, o Benfica tinha menos e estava "encostado às cordas". Portanto, parece-me fazer sentido, na situação de catástrofe iminente em que o Benfica estava, que optásse por essa táctica.

O que já me causou mais estranheza foram os comentários televisivos, que normalmente, quando o clube pequeno queima tempo (mesmo que não de forma ostensiva) é atacado sem dó nem piedade, e quando um "grande" queima tempo, já é táctica e experiência. Faz-me confusão ver várias repetições em que se vê que o jogador do Leixões não toca no Katsouranis e ouvir "não podemos fazer processos de intenções aos jogadores, Katsouranis pode ter de facto alguma coisa... mas também é um jogador experiente, e sabe que esta é a altura de quebrar o ritmo ao adversário". Qual era o mal de dizer que o Benfica estava a "queimar tempo", que era feio, mas era futebol?

Por isso, nada me dá mais gozo do que ouvir Jorge Jesus dizer que o fair-play é uma treta. Porque o é, de facto. E só o é por iniciativa dos árbitros, pois já há ordens da FIFA para que os árbitros tomem a iniciatica de ser eles a interromper o jogo, o que raramente acontece em Portugal.

Resumindo, não percebi a revolta do Leixões, porque se fosse ao contrário fariam o mesmo. E não percebi o ar de virgens ofendidas do Benfica. O que fizeram é normal, mas não é bonito. E há que o admitir. Até porque ainda há bem pouco tempo me lembro de um golo do Benfica em que o Leo contorna um jogador adversário há já muito tempo caído na sua área para dar um golo aos encarnados. Portanto, na minha opinião, ninguém devia atirar bolas fora e ninguém as devia devolver. Para mim, estava resolvido. E a solução completa era o futebol ser cronometrado, 30 minutos cada parte.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Saudades de Cabral Ferreira


Faz hoje um ano que perdi um bom amigo e um grande exemplo de dedicação, inteligência e educação: Cabral Ferreira.

Mais do que uma figura do Belenenses, de que se viria a tornar Presidente, ao longo dos 4 anos que privámos foi para mim um amigo e um professor. Ensinou-me a viver e ensinou-me a morrer. Há palavras e olhares inolvidáveis, e Cabral Ferreira, quer com pujança em vida, quer debilitado às portas da morte, manteve sempre as palavras certas e o olhar no futuro. Porque há homens que veêm muito mais além do que todos nós. E não é a morte que os faz desaparecer.

Um abraço meu amigo. Daqueles fortes. Tenho muitas saudades suas.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Como é possível?


Um passe a rasgar e o mundo a seus pés, já nos descontos, com o jogo empatado. Com a equipa no último lugar do campeonato. 21 anos. Um nível de exigência diferente e todo o peso de uma equipa nos ombros. O colega ao lado, os dois sozinhos, cara a cara com o guarda-redes que, desamparado, chega a tirar os olhos da bola por longos instantes.

A corrida, cada vez mais lenta, em direcção à baliza. Cada vez mais lenta, para demorar o máximo de tempo a lá chegar. O colega ao lado, com experiência, a controlar a linha da bola para não estar fora de jogo. O colega a pensar "agora é só esperar que o guarda-redes caia e ele mete-a, se ele não caír dá a bola aqui e do último lugar saltamos para o meio da tabela e as aflições ficam mais longe".

Mas Vinícius pensa na carreira promissora que estava estagnada no Brasil. Nas boas indicações em Portugal e em como este golo pode valer ouro para a sua equipa. Pensa na sua mulher, recém-casado, e no futuro que pode estar nas asas deste golo.

Por muito lento que corra, já não há mais tempo. É tempo de marcar. Ou dar a marcar. Não. É de marcar. Um tecnicista como Vinícius Pacheco é capaz de colocar uma bola "morta" como aquela ao milímetro. Por isso, nem sequer é tempo de encher o pé. É tempo de apontar ao canto da baliza e dar um toque suave na bola para a colocar naquele sítio em que, sem todo este texto para trás, até de olhos vendados Vinícius Pacheco era homem para colocar a bola. Aí vai ela para a baliza, "é agora o meu momento". Falhou!

"Como é possível?" pensa Jaime Pacheco. Pensou Jesualdo Ferreira quando Hélton deixou passar uma bola em que em 1000, defende 1000. Esta foi a 1001ª. E ninguém lhe disse que apesar de em 1000 defender 1000, na verdade em 1001 só defende as mesmas 1000. O desespero estampado no rosto de um virtuoso e de um guarda-redes.

Como se resolve isto? Com confiança. Com um balneário forte e um treinador amigo. Com um golo dedicado, com um piscar de olho, com uma brincadeira. É isto o futebol. Os golos marcados e falhados, as grandes defesas e os grandes frangos. É também nos grandes falhanços que está a grande magia do futebol.


domingo, 22 de fevereiro de 2009

Eu vi a BenficaTV


Ontem não me foi possível ver o Sporting-Benfica, porque há casas neste país onde ainda não há SportTV. Como é que alguém vive assim? Mais, como é que alguém marca um jantar em dia de Sporting-Benfica e não tem SportTV? Mulheres...


Vem isto à baila porque apesar de só ter conseguido ver uns minutos da primeira parte, chegado aos minutos finais lembrei-me de que havia BenficaTV, e portanto por ali deveria conseguir saber pelo menos o resultado.


Esta minha acção teve um resultado assustador. Primeiro, porque assim que liguei percebi que havia um "programa" que consistia numa mesa de restaurante (era mesmo um restaurante!!!) dois jornalistas a fazer o relato do jogo que viam na TV. Bom, apesar de tudo até me parece minimamente útil, apesar do "estúdio" ser surreal!


Segundos depois, começei a estarrecer. Os jornalistas imploravam, em directo, pelo final da partida, que estava em 3-1. Diziam eles que o que se estava a passar era demasiado mau para ser realidade, e devo dizer que fiquei agradado. Isto porque percebi que não se inventaram desculpas para o que, aparentemente, se passava em campo, quando até seria fácil, já que os espectadores não viam o jogo. Podia-se facilmente "pintar" um filme melhor do jogo.


De repente, veio o golo do Benfica, a euforia dos jornalistas e começou uma espiral de loucura, em que para além de se chamar recorrentemente "a menina" e "a menininha" a um dos jogadores do Sporting (não consegui perceber quem seria), culminou no apito final com a seguinte frase: "O Paulo Bento parece um atrasado mental a festejar, deve pensar que foi campeão!". Isto parece-me demasiado grave e sinceramente ultrapassa tudo de mau que imaginei que um canal de um clube pudesse ter.


Por experiência própria, porque já muito escrevi em órgãos oficiais do Belenenses, jamais me passou pela cabeça insultar ou sequer "menorizar" um adversário. O adversário, num órgão de comunicação oficial do clube, ser tratado com tanto respeito quanto aquele que gostaríamos que nos tratasse. Quem trabalha num órgão de comunicação institucional nunca pode vestir a pele de adepto. Porque ali não se representa a si próprio, mas ao seu clube. Quem sai envergonhado com isto é o Benfica, não quem profere as gravíssimas palavras.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Uma vez Fiúza, para sempre Fiúza

António Fiúza é um velho amigo meu. Um homem que certo dia veio passear a Lisboa e ver o "jardim jolójicos". Uma amizade que não esqueço, "dóia a quem doer"! Obrigado Fiúza por existires e, espero, por o teu MI6 ainda andar a controlar as minhas bloguices. Um grande bem-haja!

Mas Fiúza é sempre capaz de algo mais, tem sempre aquela capacidade de nos surpreender. A apresentação do novo treinador, João Eusébio, foi mais um daqueles momentos inolvidáveis que Fiúza nos proporciona quando lhe colocam um microfone à frente.

A propósito do novo treinador, disse Fiúza o seguinte:

"João Eusébio é o novo treinador do Gil Vicente, um gentleman com H grande."

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Mágico Braga

2-0 aos 25 minutos. Até podem perder hoje. Até podem ser eliminados. Mas é de longe a melhor equipa portuguesa do momento. A que joga melhor. O que não significa ir na frente ou ser o maior.
Mas é bom ver a qualidade reconhecida. Estranho apenas que a do Braga seja tão reconhecida fora de portas e cá se vão arrastando na luta pela Europa. A loucura que seria outros estarem a vencer 2-0 aos 25 minutos o Standard Liége. Ou fazerem a espectacular exibição, em San Siro, olhos nos olhos. Haja qualidade e coragem!

Derrota de Guimarães

Parece-me este o nome mais apropriado, nesta temporada, para o clube Vimaranense, com o qual simpatizo pelo facto de conseguir, neste país, centralizar o apoio de uma cidade.

Esta temporada que tinha tudo para ser um ponto de viragem, transformou-se numa época deprimente em que a equipa se tem arrastado jogo após jogo, jogando sempre sobre brasas.
A derrota de ontem frente ao profundamente deprimido Estrela da Amadora, em casa, para os quartos-de-final da Taça de Portugal, foi o bater no fundo de uma equipa de quem se esperava muito nesta temporada.

É um facto que saíram 4 ou 5 jogadores nucleares do brilhante ano anterior. Mas também é verdade que a montra Champions e uma maior folga financeira facilmente permitiriam contratar mais-valias.

Isso não aconteceu, penso, devido a alguma inexperiência dos seus dirigentes ao mais alto nível. E um momento que podia servir de êmbolo a um novo Vitória foi desperdiçado. Para quando gestão profissional (que é diferente de profissionalizada) nos clubes portugueses?

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Hulk, Di Maria e Coentrão

Hulk: ia marcando um golo de génio, após uma jogada brilhante em que finta 3 adversários em técnica, força e velocidade e, chegado à entrada da área, acerta em cheio na barra com um potente remate. Fantástico, absolutamente fantástico esse lance. De resto, jogo em decréscimo de rendimento, a lembrar o Hulk inicial, demasiado (ou apenas) individualista.



Di Maria: golo de fantástico efeito, facilitado por um guarda-redes pouco inspirado contra os grandes. Este é daqueles golos que levantam o estádio, mas mais importante que esse golo foi, talvez, a sua melhor exibição (em termos de influência colectiva) com a camisola do Benfica. À direita e mais atrás do que habitualmente. Curiosamente e a rever. Agora os benfiquistas que decidam qual dos 2 Di Marias de ontem querem: o da "padeirada" que correu bem (o que vêem há ano e meio) ou o influente que mexeu com a partida. Vejo demasiado embandeirar em arco com a padeirada, exactamente o que me parece pior para o jogador e equipa.



Coentrão: o "puto" das Caxinas não perdoa no Dragão. Depois de 2 golos ao serviço do Nacional, mais um ontem, fantástico. Vindo da lateral para o meio, deixando por terra o possante Cissokho e com um remate colocado e indefensável. Isto é o que Coentrão pode ser.



Resumo: 3 esquerdinos, 3 lances à direita e 3 lances de belo efeito. Curiosamente, dos 3, o mais genial acabou por ser o que não deu golo. Mas isto é o nós gostamos de ver. Desde que não seja contra o nosso clube!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Ponta-de-Lança da moda

Néné voltou ontem a bisar, acumulando já 14 golos em apenas 17 jornadas, o que faz dele o maior goleador da Liga após Mário Jardel.

Claro que Néné, tal como a grande maioria dos brasileiros recrutados pelo Nacional, pouco tem a ver com os contentores de patrícios que todos os anos chegam a Portugal. Néné veio do Cruzeiro a troco de 500.000 USD, sendo um jogador com algum crédito no Brasil. E isto é importante quando se analisam nomes como Paulo Assunção ou Adriano, entre outros, saídos do Nacional por verbas elevadas e de categoria indesmentível.

O que mais me espanta em Néné, é a facilidade com que marca golos, de toda a maneira feitio. Há goleadores que marcam muito de cabeça, outros muito de pé direito, outros muito em bolas paradas. E, normalmente em Portugal, os goleadores têm sérias dificuldades em marcar golos.

Néné não. Ele inventa golos em lances que não são grandes oportunidades, mas onde um cabeçeamento forte e colocado faz a diferença entre uma mera jogada de ataque e um golo. Ou então aquele golo ao Sporting, dos melhores golos que recordo, quer pela espontaneidade, quer pela dificuldade técnica (a bola não ia fácil e o terreno estava pesado), quer ainda pela perfeição do movimento.



Néné está condenado a saír do Nacional. Em Janeiro ele já era goleador e andou tudo a dormir em Portugal. Hoje, o seu nome começa a ser falado ao mais alto nível na Europa e, eventualmente, os clubes portugueses ficarão para trás. Mais preocupados com os "penaltys", "frutas" e "legumes". E a Liga Portuguesa ficará mais pobre.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Jogo de nervos no Restelo

Notícia do dia: daqui a um aninho, está marcada nova operação para retirar os parafusos. AH! A magia da algaliação e desalgaliação, estou ansioso por reviver essa experiência!


Serve isto para introduzir (tal como na algaliação) a visita do Sporting ao Restelo amanhã. O Belenenses tem tudo a ganhar, enquanto o Sporting tem tudo a perder, pelo que estou confiante. O Belém tem vindo a subir de forma, tem conseguido resultados nesta fase difícil da temporada que o colocam a "respirar" e tem a ausência de pressão de vencer nesta partida a jogar pelo seu lado.


Já o Sporting vai ao Restelo no rescaldo de uma derrota justa em Alvalade, frente ao Braga, que voltou a provar que é claramente a melhor equipa do campeonato e só não vai à frente por questões "arbitrárias". Digamos que têm sido "algaliados a sangue frio". Quanto ao Sporting, sem Liedson, e com toda a turbulência interna e dificuldades em colocar o quarteto do meio campo a funcionar, acrescido do facto de um mau resultado o arredar da luta pelo título, penso que se não conseguir fazer o resultado cedo começará a ceder, até porque psicologimente me parece uma equipa frágil.


No entanto, há que ressalvar que o ponto mais fraco da defesa leonina, as faixas laterais, é o ponto mais fraco do nosso ataque que, à excepção do recém chegado e bem aventurado Saulo, é um marasmo em termos de futebol jogado pelas faixas.


Em relação ao Sporting, também me parece que terá dificuldade em explorar o ponto mais fraco da defesa azul, que são as transições defensivas. Mas também o Sporting funciona melhor em ataque apoiado e organizado.


Em resumo, será um jogo complicado de parte a parte. Pelo Belenenses, devido ao valor do adversário. Pelo Sporting, pela envolvência do jogo. Portanto, espero um jogo de nervos no Restelo, com as equipas um tanto ou quanto passivas esperando o erro alheio. E, que no fim, tenha sido o Sporting a ser algaliado!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Ganhámos, até em centímetros

Gostei da Selecção esta noite. Novamente. Há evolução, a selecção voltou a fazer uma excelente exibição e uma vez mais a goleada não apareceu porque não há quem marque golos. E aí não treinador nem táctica que nos valha. É pura (des)inspiração.

Gostei particularmente de ver Pepe a trinco. Finalmente um trinco a sério, depois de Petit fazer o lugar a preceito sendo um misto de 6 e 8, mas a primeira solução realmente válida para varrer jogo pós-Costinha. Para além disso, a subida de Pepe para trinco permite ganhar centímetros, que na nossa selecção também são imprescindíveis, pois a grande maioria dos nossos jogadores que não centrais e Ronaldo são francamente decepcionantes no jogo aéreo.

Gostei também de ver Rolando, sereno como habitualmente. E devo dizer que me impressionou Duda a lateral esquerdo. Falta experimentar frente a um extremo que lhe caia mais vezes em cima e com mais qualidade, mas em termos tácticos esteve irrepreensível e em termos técnicos é uma mais valia pela qualidade de passe (a bola sai sempre redondinha). Eduardo, sem muito trabalho, esteve seguro.

Estou confiante para a Suécia. Haja agora calma com a selecção, que a coisa vai ao sítio e estaremos presentes no "certame" Sul-Africano (esta última frase segue com um abraço ao Kiki).

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Sub-21 sem vedetas, mas com qualidade

Vi ontem a primeira parte da nossa vitória sobre a Suíça em Sub-21, vitória por 3-1, e fiquei agradavelmente surpreendido. Já me tinham chegado ecos de bom futebol na vitória sobre a poderosa Espanha, e ontem gostei muito do que vi, em especial pela facilidade com que entrámos a ganhar na partida, fruto de um erro infantil do adversário, mas a equipa manteve uma postura austera e decidida e facilmente chegou ao intervalo a vencer por 2-0.
Esta selecção sub-21 não tem nenhum craque mundial, que já tenha sido transferido por milhões ou esteja nessa iminência. É uma selecção de operários especializados, cuja maior estrela será, eventualmente, Pereirinha. E isto diz muito sobre a diferença desta selecção para algumas que a antecederam.
Gostei particularmente de ver poucas fintas e muita circulação de bola, a opção sempre pela linha de passe aberta em vez do risco. Curiosamente, olhando individualmente, duvido que mais do que 2 ou 3 dos jogadores desta selecção cheguem à selecção A. No entanto, duvido que algum deles não consiga vir a ter uma carreira em clubes de primeira liga.
A vaca está a ser alimentada!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O fantasma de Scolari


Parece-me perigosa para a selecção nacional a saída de Scolari do Chelsea, na medida em que começam a ouvir-se as primeiras vozes a "chamar" o Sargentão de volta à nossa Selecção.

Parece-me perigosa por vários motivos, entre eles o facto de não achar que estejamos a ter uma fase de qualificação calamitosa (o grupo é muito difícil, tal como o de qualificação para o Euro foi, onde nos qualificámos "com as calças na mão"). Temos tido maus resultados, e teremos ainda outros até final. Tal como as outras equipas do grupo, até porque o grupo é muito equilibrado e, por exemplo, Dinamarca e Suécia ainda se defrontam duas vezes...

Para além disso, sendo realistas, a selecção hoje não tem a qualidade individual de outros tempos. Nem individual, nem colectiva. Recorde-se a base do Porto campeão europeu em 2004. Daí compreender perfeitamente a frase de ontem de Queirós, de termos de "alimentar a vaca". Porque a verdade é que foi ele que a alimentou no início dos anos 90 e ao primeiro desaire, numa fase de grupos em que tinhamos de "limpar" os italianos com miúdos, saíu. E depois houve 10/15 anos em que a vaquinha vinha alimentada pelos estágios de 250 dias anuais de Queirós. Essa geração acabou. E hoje o que temos?

Hoje temos, na minha opinião, uma selecção de extremos. Temos o melhor jogador do mundo (a quem diz que Ronaldo na selecção não é o mesmo, recordo que a Libéria de Weah, quando ele era o melhor do mundo, era goleada pelo Burundi e Guiné-Conakri, e o temível avançado jogava a central a ver se perdiam por menos), mas não temos defesa esquerdo, trinco ou ponta-de-lança. Acho que nenhuma equipa do mundo sobrevive entrando em campo permanentemente com 3 jogadores a menos. Daí perceber Gonçalo Brandão e Orlando Sá.

O meu medo, é Queirós ficar intimidado pelo fantasma de Scolari. Com a aproximação do jogo com a Suécia, e com maior ênfase se o jogo com a Finlândia correr mal, vai haver uma pressão enorme sobre o seleccionador nacional.

Acabo, relembrando que admiro Scolari. Mas tudo tem o seu tempo, e foi o próprio Scolari quem quis saír. E agora é tempo de Queirós e da matéria prima que Queirós tem. São esses que temos de apoiar. Com ou sem bandeirinhas na janela.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Hulk joga no Bournemouth?

Dos melhores festejos de golo que me lembro. Brutal!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Alzheimer?

Hoje fiquei ainda mais com a convicção de que as mentes iluminadas que fazem as regras das nossas competições de iluminadas têm muito pouco, e desconfio cada vez que já devem ter para cima de 80 anos.

Então não é que hoje, dia de sorteio das meias-finais da Taça de Portugal, a FPF vendo a burrada que fez no regulamento deste ano (as meias-finais passaram a duas mãos, tal como na Taça da Liga para evitar surpresas e garantir os "grandes" na final) decidiu emitir um comunicado a explicar o critério de desempate nas meias-finais.

Ora, neste mundo globalizado, há já muitos anos que em quase todas as competições se eu ganhar 1-0 em casa e perder 2-1 fora, passo eu, porque marquei mais golos fora. Isto no caso da diferença de golos nos resultados ser igual. A regra é simples: no caso do resultado agregado ser igual, passa quem marcou mais golos fora. Ora a FPF, nesta Taça de Portugal, decidiu recuperar mais uma regra bem antiga, que eu tenho ideia de ao longo dos anos ter ouvido várias vezes a senhores de provecta idade: "os golos marcados fora contam a dobrar".Vejam aqui!

Porque é que inventam?
Será que vamos chegar ao ponto de ao fim de 180 minutos de futebol, toda a gente se reunir a meio-campo de volta do árbitro a fazer contas, a ver quem passa?

Perdoai-lhes Senhor, eles não sabem o que fazem.

Isto faz sentido?

Sei que o Belenensismo me tolda um pouco (ou muito, ok) a razão, mas vamos lá ver uma coisa: dizer que goal average significa diferença de golos faz sentido? Ainda para mais quando os regulamentos das diferentes provas foram abandonando a regra do goal average para a goal difference ou "diferença de golos"?



Depois, faz algum sentido recusar o recurso do Belém por um erro processual? Até poderia fazer, mas a boa fé não levaria a que ao ser detectado esse erro, ele fosse comunicado? Penso que o Nº 2 do Art. 76º do Código do Procedimento Admninistrativo estipula que “... devem os órgãos e agentes administrativos procurar suprir oficiosamente as deficiências dos requerimentos, de modo a evitar que o interessados sofram prejuízos por virtude de simples irregularidades ou de mera imperfeição na formulação dos seus pedidos”...



Mais: a Liga de clubes não suspendeu a realização da meia-final que opunha o Benfica ao Vitória ou Belenenses até decisão? Então ao suspender não está a tacitamente aceitar o recurso como de boa forma e encetar o processo?



E quando, após anunciar que o recurso foi recusado por erro de forma, adiantando que se fosse analisado o conteúdo também seria recusado, há um último ponto no comunicado que aconselha a Liga a mudar no regulamento da competição a expressão "goal-average" para diferença de golos, não nos está a ser dada razão?



Não faz sentido nenhum. E eu até sou da opinião que apesar deste imbróglio, quem deveria jogar na Luz seria sempre o Vitória. Mas a Liga era crescidinha, rolavam as cabeças dos senhores que escreveram aquela alarvidade no regulamento e a Liga assumia, uma vez na vida, responsabilidades e indemnizava o Belenenses.



Mas pronto, o Belém não jogou, a Liga não assumiu responsabilidades e desta meia final retive a exibição fantástica daquele que é, cada vez mais, um grande jogador: Rúben Amorim. Parabéns miúdo, és Grande!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

As trivelas da carreira

Quaresma foi hoje emprestado pelo Inter ao Chelsea, naquela que é a última oportunidade da sua carreira ao mais alto nível. Se não a agarrar, dificilmente o Inter resistirá a tentar reaver a maior parte possível do investimento no Verão, e seguir-se-ão clubes de meio da tabela de Espanha ou Inglaterra.
Se conseguir aproveitar esta oportunidade soberana, pois o seu futebol de repelões e muitas vezes irracional, mas tremendamente belo, é claramente beneficado pelo espaço da Premier League a os adeversários, normalmente tácticamente limitados, então Quaresma tem tudo para continuar na alta roda. Em Inglaterra.
Quaresma teve Mourinho e a aposta de coração de Mourinho. E está visto que falhou, e o próprio Mourinho que metera a cabeça no cepo por ele com esta cedência admite-o. E se nem Mourinho domesticou o Mustang...

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Simplesmente Mantorras

Mantorras entrou e 4 minutos depois marcou o golo da vitória do Benfica. Num relvado alagado, onde ninguém parecia saber como jogar, Mantorras entrou e deu a vitória ao Benfica. Mantorras, que já não havia memória de ter jogado, entrou e resolveu o jogo. Como faz tantas e tantas vezes, das poucas em que pode jogar.

Todos sabemos que Mantorras é hoje um homem lesionado. Infelizmente, a ganância dos que o rodeavam destruiu-lhe o joelho. E nos poucos minutos que ele joga, em que normalmente marca, Mantorras deixa a sua marca. Mantorras mostra o fenómeno que podia ter sido. Se ele é melhor que os outros com todos os problemas que aquele joelho tem, o que seria ele hoje, em perfeitas condições?

Cada golo de Mantorras, devo confessar que me deixa feliz. Não pelo Benfica, claro, mas por ele. Pela prova que ele poderia estar acima de todos os outros. Ainda está, quando joga.