sábado, 5 de dezembro de 2009

Ladies and Gentleman, start your engines

Está na hora de ligar os motores, falta pouco mais de meio ano para o Mundial e, desde ontem, já sabemos quem nos calhou em sorte no nosso Grupo: Brasil, Costa do Marfim e Coreia do Norte.

Claro que, como sempre, houve já vozes que se levantaram a clamar pela dificuldade do grupo, certamente olvidados da vergonha de 2002, com EUA, Coreia do Sul e Polónia, quando se chegou inclusivé a titular na imprensa que Portugal ia apanhar a Argentina nas meias-finais. Como se até lá fosse "trigo limpo"! Foi o que foi, a meio da primeira parte do primeiro jogo já levávamos três secos dos Americanos (aqueles que não sabiam o que era o "soccer", seguiu-se concludente vitória sobre a Polónia (o que diziam ser a potência do grupo!) e no último jogo, uma combinação de estupidez natural (o empate chegáva-nos, aos Coreanos qualquer resultado servia, portanto eles não iam em joguinho a meio-campo) e loucura momentânea (quando JVP decidiu cortar um "chinoca" pela raíz e foi expulso, dando um carinhoso murro no árbitro) atiraram-nos borda fora. Curiosamente, a Argentina também se ficou pelos grupos... contas furadas.

O nosso grupo é fácil? Não, claro que não. Isto é o Mundial meus caros, não é a Taça Amizade. Podia ser mais fácil? Podia. Podia ser mais difícil? Podia. Portanto, é a estes que temos de vencer se queremos seguir em frente. A acrescer ao grau razoável de dificuldade do grupo, podemos juntar um sorteio de jogos muito favorável para nós, abrindo com o "adversário directo" Costa do Marfim. Uma vitória neste jogo coloca-nos com pé e meio na fase seguinte. Segue-se a desconhecida Coreia do Norte (espero que só para nós adeptos, acredito que se vá fazer um trabalho sério na FPF de forma a que os nossos jogadores não entrem às cegas em campo neste jogo), jogo que além da incerteza traz uma certa nostalgia. E fechamos a fase de grupos jogando com o poderoso Brasil. Ao chegar a este jogo, é bem provável (e importante!) que estejam já as duas selecções qualificadas. Mas o Brasil não é nenhum bicho papão, e o jogo de promoção da Nike feito o ano passado não conta para estas contas.

O Brasil assusta? Claro, só não assusta um inconsciente. Mas é uma selecção com algumas fragilidades (como todas) e que, se bem estudada, pode ser batida. Assusta-me mais uma Itália, uma França ou uma Alemanha, que um Brasil.

A Costa do Marfim, apresentada por estes dias como um bicho papão, tem de facto alguns nomes sonantes. Craque, é só Drogba. Claro, há Touré, Eboué, Zokora ou Kalou. Mas quantos desses nível temos nós? Muitos mais, não?

Agora é preciso é preparar bem o Mundial, escolher bem o local de estágio e ir para a África do Sul sem vedetismos, confiantes nas nossas capacidades e com vontade de fazer história. Em 2002 fomos como favoritos e saímos envergonhados. Porque não irmos desta feita como "underdogs" e voltar com o "caneco"?

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