quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Sporting precisa de razão ou emoção?

Ouvi durante o dia de hoje Abrantes Mendes a falar na TSF, perfilando-se como candidato ao próximo acto eleitoral do Sporting. À partida, não me parece que seja um nome que reúna grande consenso entre os sportinguistas, mas a verdade é que na última década não existe oposição clara no Sporting, apesar das inúmeras guerras internas de que se vai ouvindo falar em surdina. Mas parece haver uma linha de rumo em que apesar das discórdias internas, há um conjunto mais ou menos alargado de pessoas que continuarão as linhas orientadoras que têm vindo a ser seguidas.

Analisando por fora, devo dizer que na generalidade concordo com as políticas seguidas pelo Sporting nos últimos anos. A estabilidade técnica, a aposta nos jovens, o equilíbrio financeiro através das mais-valias é o que me parece ser o caminho mais certo. O Sporting, partilhando Lisboa com o "enorme" Benfica, tem sérias dificuldades de crescimento, perfilando-se mais provavelmente a sua redução em termos de impacto social do que o seu incremento. Por outro lado, o Sporting tem uma longa tradição na formação de futebolistas, com uma estrutura das melhores do mundo potenciada nos últimos anos pela Academia. Parece-me ser, pois, esse o caminho para o clube de Alvalade.

E esse caminho na minha opinião tem dado frutos, mesmo em termos desportivos. Acredito convictamente que o único caminho para o Sporting não perder de vez as aspirações no topo da tabela é a aposta nessa grande vantagem competitiva que tem em termos de formação, e que lhe permite potenciar as vertentes desportiva e financeira.

Mas por outro lado, a falta de militância de que há tempos falava Soares Franco, parece-me se não encorajada, pelo menos motivada pela sua liderança. E quando digo sua, entenda-se, falo da entourage que lidera o clube há anos e que se o coloca estável, também o vai tornando mais débil no futuro pela tal falta de militância. Relembro que durante os quase 20 anos de jejum, o Sporting era um exemplo pela militância dos adeptos. Podia haver bons ou maus dirigentes, um projecto ou ausência dele, mas havia paixão.

Hoje o Sporting é só razão. E a razão leva-o no melhor caminho possível. Mas só a paixão poderia colocar o Sporting ao mais alto nível, mas aí haveria o risco de perder a estabilidade e poder perder definitivamente o "comboio".
Que difícil escolha se coloca aos sportinguistas: o tudo ou nada, ou mais do mesmo...

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